Relatório apresenta balanço da ação policial em favelas do Rio de Janeiro

Estátua do Cristo Redentor e vista panorâmica da cidade do Rio de Janeiro.
Estátua do Cristo Redentor e vista panorâmica da cidade do Rio de Janeiro.
Estátua do Cristo Redentor e vista panorâmica da cidade do Rio de Janeiro.
Estátua do Cristo Redentor e vista panorâmica da cidade do Rio de Janeiro.

A Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPE/RJ) divulgou nesta terça-feira (18/12/2018) relatório do projeto Circuito de Favelas, que analisou o dia a dia de 25 comunidades durante a Intervenção Federal. Baseado no relato de cerca de 500 moradores, o estudo identificou pelo menos 30 tipos de violações de direitos durante as operações.

Desenvolvido ao longo de oito meses, o trabalho também resultou em recomendações para monitoramento  e controle das atividades policiais.

O ouvidor-geral da Defensoria, Pedro Strozenberg, disse que o objetivo é contribuir para uma revisão da própria dinâmica da segurança pública.

“A força do Circuito de Favelas é revelar a situação vivida pela população que mora nas favelas e perceber a sistemática de atuação das forças de segurança, que repetem um modus operandi permeado por muitas violações individuais. É uma possibilidade de construirmos um processo de empatia e solidariedade, que faz muita falta nos tempos atuais”, destacou.

Para estabelecer uma relação de confiança entre os moradores das comunidades e dos quase 300 profissionais envolvidos no programa, a Defensoria se manteve presente no território durante toda a intervenção e contou com a ajuda de organizações civis e populares, associações de moradores, grupos locais e outros órgãos.

Segundo o ouvidor-geral, dentre os relatos mais ouvidos está, por exemplo, a destruição de carros e casas, causada pela passagem de veículos blindados em vielas estreitas.

“Nós temos relatos de operações policiais em que há verificação do celular, com a exigência de tirar a senha para vasculhar, o que pode significar uma produção de provas contra a pessoa. Temos situações de tiro a esmo, em que os policiais, mesmo fora de confronto, atiram para o alto, para regiões em que há população. Há consequências das operações para os moradores, como a suspensão das aulas, suspensão de serviços de saúde, impossibilidade de ir para o trabalho”, destacou Strozenberg

Recomendações

Ao todo, foram listadas 16 recomendações em documento entregue ao Gabinete da Intervenção Federal em outubro desse ano. As sugestões são direcionadas a mecanismos de redução de danos, capacitação e formação, política de transparência das operações, ampliação de controle policial, entre outras.

Dentre as propostas, está o controle de batalhões considerados mais violentos, com orientação formal para garantir não sejam feitas revistas em crianças ou mulheres por agentes homens ou o fichamento por meio de fotografia ou identidade, além da vasculha de aparelho celular.

A Defensoria solicita que os agentes recebem uma identificação numérica, a fim de facilitar o reconhecimento dos policiais em situações em que houver necessidade e também pede a remodelagem da ouvidoria da polícia, com a divulgação de relatórios periódicos.

*Com informações da Agência  Brasil.


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.