Gastos com servidores inativos do Tribunal de Justiça da Bahia são inconstitucionais, diz OAB Bahia

Fachada da sede do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJBA).
Sede do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJBA).

O Poder Executivo, em 2016, se utilizando de uma manobra política, para efeito de limite prudencial, transferiu os gastos com inativos para o Poder Judiciário, minguando a capacidade financeira deste tribunal, que poderia investir esse recurso em novas nomeações, diminuindo o excessivo déficit de mais de 26 mil servidores. Esses gastos do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJBA) com pessoal inativo são considerados inconstitucionais pela OAB-BA. O Conselho planeja entrar com Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), requerendo que a contabilidade do limite prudencial volte para as contas do Poder Executivo.

A votação ocorreu em Sessão do Conselho Pleno da Ordem dos Advogados, realizada no último dia 05, na sede do órgão – de forma unânime. De acordo com o parecer do vice-presidente da Comissão de Estudos Constitucionais, Pedro Caymmi, o fato da remuneração dos inativos do Judiciário entrar na folha do TJBA “afronta diversas normas do Direito Financeiro”, dentre elas: o conteúdo próprio da Lei de Diretrizes Orçamentárias; a Lei Complementar de Normas Gerais de Direito Financeiro; além de distorcer os cálculos de despesas com inativos para fins de apuração do limite de gastos com pessoal.

Em relato, o presidente da OAB-BA, Fabrício Castro, destacou que as medidas adotadas pela Seccional com relação à crise do Judiciário serão enérgicas, pautadas em discussões dentro do Conselho e terão como finalidade a contratação de juízes e servidores. “É uma meta nossa fazer esse enfrentamento com coragem e firmeza. Nós vamos encarar a crise do poder Judiciário da forma que precisa ser feita, buscando soluções para a contratação de juízes e servidores, porque o resto é enxugar gelo”, afirmou. A proponente do processo foi a vice-presidente da OAB-BA, Ana Patrícia Dantas Leão.

Tribunal Engessado

O retorno dos gastos com inativos para o poder executivo permitiria ao Tribunal de Justiça da Bahia uma “folga” necessária para a nomeação de novos servidores públicos – o que ajudaria a diminuir o déficit de pessoal, que atinge a monumental marca de 26 mil em todo o Estado.

Neste contexto, os Aprovados no concurso público de 2014, com validade até julho deste ano, aguardam, inclusive, até hoje pela nomeação por parte do órgão. E o motivo pela não convocação é, justamente, a falta de recursos disponíveis. Integrantes do movimento Mais Servidores no TJBA, formado pelos aprovados no certame, pedem apoio da OAB-BA, Ministério Público do Estado da Bahia, TCE, Poder Executivo, para que juntos, firmando um pacto de poderes, possam encontrar uma solução para o tribunal de justiça da Bahia.

De acordo com Jakson Rodrigues, um dos membros do grupo, assim como a OAB, o Movimento defende que o pagamento dos inativos volte com urgência para as contas do Poder Executivo – medida que deixaria o Tribunal de Justiça com condições para novas contratações. “Além das ações judiciais, também é analisada a possibilidade de recorrer ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), para que este avalie a revisão da fonte pagadora” dos inativos, afirma.


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