O Green Goal e o legado da Copa do Mundo de 2006 com a sustentabilidade em grandes eventos

A Confederação Alemã de Futebol realizou, também, investimentos em projetos ao redor do mundo.
A Confederação Alemã de Futebol realizou, também, investimentos em projetos ao redor do mundo.
A Confederação Alemã de Futebol realizou, também, investimentos em projetos ao redor do mundo.
A Confederação Alemã de Futebol realizou, também, investimentos em projetos ao redor do mundo.

A Copa do Mundo da Alemanha aconteceu em 2006, ou seja, mais de 10 anos atrás. No entanto, o legado da competição continua vivo e sendo debatido até hoje. Foi nesta edição que a FIFA colocou em prática o projeto Green Goal, com o objetivo de dar maior sustentabilidade aos grandes eventos esportivos. O plano, que foi considerado um sucesso e voltou a ser implementado nos torneios seguintes, no entanto acabou fracassando.

Esse projeto foi considerado uma iniciativa louvável, segundo reportagem realizada pelo jornal alemão DW, principalmente pelo momento da discussão. A ideia era fazer a Copa de 2006 uma referência para os eventos futuros, algo que foi bem-sucedido. O plano Green Goal tinha como objetivo a redução de 20% no consumo de água e energia, além da quantidade produzida de lixo, em comparação com o Campeonato Alemão.

Com essa redução, o evento ficaria sem qualquer impacto ao meio ambiente. A Alemanha precisou investir e aumentar os custos da competição. Após o final da Copa, o resultado mostrou alguns bons números e a FIFA considerou a iniciativa um sucesso. Foram cerca de 92 mil toneladas de CO2 emitidas durante o torneio, fazendo com que o país conseguisse reduzir a emissão em 8 mil toneladas do maior vilão da sustentabilidade atual.

Além desses números no evento, a Confederação Alemã de Futebol também realizou investimentos em projetos ao redor do mundo. Foram cerca de 1,2 milhão de euros disponibilizados para projetos climáticos durante 2006 e nos anos seguintes, como mostram os dados do portal Boell Brasil. Ao todo, cerca de 100 mil toneladas de CO2 foram compensadas com estes gastos financeiros de quem sediou a Copa do Mundo.

África do Sul e Brasil

Com o sucesso de 2006, a FIFA fez com que o projeto conseguisse ganhar espaço também nos torneios seguintes. Em 2010, a África do Sul tentou implementar o Green Goal, mas teve algumas dificuldades. Além das questões financeiras, o país precisou realizar muitas obras de estruturas para receber a Copa do Mundo e acabou emitindo cerca de 900 mil toneladas de CO2. Ou seja, quase 10 vezes mais que na Alemanha.

A mesma situação se repetiu em 2014, quando a Copa do Mundo foi realizada aqui no Brasil. A falta de investimento, estruturas e o alto gasto com transportes fez com que o Mundial sofresse para seguir o plano. Os dados oficiais não foram divulgados, porém estudos projetam uma emissão de CO2 maior até do que na África do Sul. O principal motivo, cerca de 70% das emissões, seria o gasto nos deslocamentos de torcedores e profissionais.

Em 2018, a Copa do Mundo voltou para o velho continente e viu a Rússia realizar um torneio mais sustentável, como explica a reportagem do Jornal Econômico. Os 12 estádios da competição conseguiram se manter em níveis saudáveis na emissão de CO2. Porém, tudo poderá ser melhor detalhado quando os números e resultados dos planos forem divulgados. Esses relatórios costumam demorar mais de cinco anos para serem disponibilizados.

Pensando em 2022

O próximo capítulo dessa história será no Catar, o que gera muitas preocupações para ambientalistas. A falta de informação é criticada sobre o evento. Os únicos números divulgados da próxima Copa do Mundo, até o momento, são as cotações dos principais favoritos ao título, inclusive com o Brasil em primeiro. No portal de apostas da Betway, no dia 16 de maio, a Seleção Brasileira aparecia com 15,4% de chance de título, deixando França e Alemanha para trás, apenas por curiosidade.

Porém, quando o assunto é o plano Green Goal e os possíveis gastos e emissões do Catar, é difícil saber a situação. Assim como na África do Sul, o país árabe precisa fazer novas estruturas e construir todo um novo projeto para receber uma Copa do Mundo. O resultado disso costuma ser emissões altas e uma preocupação ao meio ambiente, o que seria um passo para trás na Copa.

Vamos esperar até o ano de 2022 para conhecermos melhor a situação da Copa do Catar. A ideia que nasceu em 2006, na Alemanha, não pode ser esquecida no futuro e no planejamento dessas grandes competições. Após fracassar em 2010 e 2014, o Green Goal precisa de todo o apoio possível da FIFA. É a ideia de colocar a sustentabilidade e o desenvolvimento verde acima dos lucros e gastos financeiros.


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.