Advogado de acusado diz que investigação ‘não tem nada a ver com o Intercept’; Ministro Sérgio Moro dirige investigação com interesse pessoal

Mensagens atribuídas a Sérgio Moro motivaram acusações de suspeição contra o ministro da Justiça do Governo Bolsonaro.
Mensagens atribuídas a Sérgio Moro motivaram acusações de suspeição contra o ministro da Justiça do Governo Bolsonaro.

O advogado Ariovaldo Moreira, defensor de Gustavo Henrique Elias Santos, um dos presos pela Polícia Federal (PF) na Operação Spoofing, deflagrada em 23 de junho de 2019, última terça-feira, afirmou que seu cliente tem informações a dar sobre a investigação e que o caso “não tem nada a ver” com a publicação de diálogos atribuídos ao ex-juiz e ministro da Justiça Sergio Moro e ao procurador Deltan Dallagnol pelo site The Intercept Brasil.

“Ele vai dizer o que sabe a respeito. Ele não tem envolvimento e, se alguém tem envolvimento, ele vai contar a verdade. Não vai se prejudicar por outras pessoas”, disse Moreira, que chegou nesta quarta-feira (24/07/2019), à Brasília para acompanhar o depoimento do cliente, na sede da PF na capital federal.

No despacho em que autoriza a prisão temporária de Santos e de outros três suspeitos, o juiz federal Vallisney de Souza Oliveira não cita Dallagnol como um dos possíveis alvos da ação criminosa dos quatro suspeitos.

Isso indicaria que o vazamento apurado pela PF na Operação Spoofing não tem ligação com a eventual invasão à conta de Telegram de Dallagnol.

As mensagens atribuídas a Moro e aos procuradores da Operação Lava Jato motivaram acusações de suspeição contra o ministro da Justiça e de conduta imprópria dos investigadores.

Moro teve de se explicar no Congresso, e sua conduta deve ser avaliada pelo Supremo Tribunal Federal. Em paralelo, a PF abriu investigação sobre a possível invasão de celulares das autoridades.

Instrumentalização do poder para fins pessoais

Sérgio Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública do Governo Bolsonaro e ex-juiz da 13º Vara Federal de Curitiba, tem interesse pessoal em transformar em ato criminoso ‘As mensagens secretas da Lava Jato (#VazaJato)’, divulgadas pelas reportantes do The Intercept Brasil, Jornal Folha de S. Paulo e Revista Veja. Mas, o que de fato ocorre é que as mensagens e as reportagens evidenciam transgressões praticadas pelo ex-juiz, em possível conluio com o procurador da República Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa do Caso Lava Jato e outros membros do Ministério Público Federal (MPF).

*Com informações de Mariana Sanches, da BBC News Brasil.


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