Segundo conversas divulgadas nesta quarta-feira (07/08/2019) pelo UOL, em parceria com o The Intercept Brasil, a força-tarefa queria manter Gilmar longe do julgamento de casos da operação. Tudo isso depois que o ministro determinou a soltura, de ofício, do ex-governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), e de dezenas de presos em investigações de desvios de recursos públicos.
“Resumo reunião de hoje: Gilmar provavelmente vai expandir decisões da Integração pra Piloto. Melhor solução alcançada: ADPF da Rede para preservar juiz natural”, disse Dallagnol em grupo de procuradores no Telegram no dia 9 de outubro de 2018.
Duas horas depois, ele voltou para contar que o senador Randolfe Rodrigues (Rede) “super topou” propor uma arguição de descumprimento de preceito fundamental. No dia seguinte, 10 de outubro, o procurador Diogo Castor falou que enviou uma sugestão de ADPF para assessor de Randolfe.
Já no dia 11, a Rede protocolou a ADPF que pedia que Gilmar Mendes fosse impedido de “liberar indiscriminadamente” presos na operação. No pedido, os advogados afirmaram que o ministro concedeu “extravagantes liminares” e Habeas Corpus de ofício a pelo menos 26 investigados em crimes de corrupção.
Naquele dia, Dallagnol ainda incentivou que o assunto fosse noticiado pela imprensa ou divulgado por Randolfe. Os procuradores também ansiavam saber quem seria o relator da ação. Quando Diogo Castor anuncia que seria Cármen Lúcia, o procurador Athayde Ribeiro Costa a chama de “frouxa”. Castor rebate: “sei não hein. Contra gm [Gilmar Mendes]. Ela vai crescer”. Athayde discorda e chama a ministra de “Amiguinha”. Dallagnol encerra a discussão: “ela é amiga da esposa do GM”.
Em novembro, Cármen negou seguimento à ação e determinou o arquivamento.
Este não é o primeiro ato de Dallagnol contra ministros da corte. Nesta terça-feira (6/8), reportagem do El País mostrou que procuradores falaram em derrubar Gilmar Mendes do Supremo. Na última semana, a Folha de S.Paulo noticiou que o procurador também tentou conectar o ministro Dias Toffoli, presidente do STF, a casos de corrupção.
*Com informações do CONJUR.
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