
Os investimentos em ciência e pesquisa no Brasil ainda são baixos e os cursos de ciências sociais representam apenas 1,4% das bolsas de estudo do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). As informações foram fornecidas durante audiência pública realizada na última quinta-feira (08/10/2019) pela comissão externa criada na Câmara dos Deputados para acompanhar a gestão do Ministério da Educação.
O encontro discutiu os “Critérios de Priorização de Financiamento Público e de Livre Desenvolvimento da Pesquisa na Área de Ciências Sociais e Humanas”.
O presidente CNPq, João Luiz Filgueiras, afirmou que o objetivo do investimento em ciência e pesquisa é justamente garantir o desenvolvimento do país.
“A gente investe muito pouco, em torno de 1,2% do nosso PIB em ciência, tecnologia e inovação. O número de pesquisadores que a gente tem em relação à nossa população é pequeno e o valor bruto desse investimento também é pequeno se a gente compara com outros países”, observou.
Políticas públicas
A presidente da Associação Brasileira de Ciências Políticas, Flávia Biroli, destacou o crescimento nas matrículas em mestrados e doutorados. O número passou de dois mil para oito mil entre 1998 e 2018.
Ela lembrou que é na área de ciência política que se formam os gestores das políticas públicas fundamentais para o país e foi justamente na área de ciências sociais em que houve o maior corte no número de bolsas de estudo.
Ciências sociais
A autora do requerimento para a realização da audiência pública, deputada Tabata Amaral (PDT-SP), afirmou que a discussão sobre as áreas sociais é importante num momento em que autoridades ligadas ao governo afirmam que há gastos excessivos nessas áreas.
“Das bolsas do CNPq, 1,4% vão para as ciências sociais, 0,7% vão para a filosofia e das bolsas da Capes 14,9 % vão para a área de humanas e 8,8% vão para a área de ciências sociais aplicadas, como é o caso da economia”.
Meta superada
A diretora de Avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Sonia Nair Bao, destacou que em 2017 o país atingiu o número de 62 mil mestres, sendo que a previsão para 2020 era de 60 mil mestres, segundo o Plano Nacional de Educação Superior.
“Quanto à pós-graduação, nós temos que ter clareza que em dez anos a gente dobrou o sistema. Nós saímos de dois mil e poucos programas para 4.600 programas, sendo que as regiões Norte, Nordeste e Centro-oeste são as que eu tenho a maior quantidade de programas sendo aprovados nesses últimos anos. É fácil de entender. Sudeste e Sul começaram primeiro; então, estão mais estáveis e a demanda começar a se retrair”, explicou.
Sônia Nair Bao destacou ainda que, ao contrário da graduação, na pós-graduação 90 por cento dos alunos matriculados concluem os estudos.
Ela explicou que o contingenciamento foi realizado nas bolsas que não estavam sendo utilizadas e em programas que estavam há muito tempo com nota 3 de um total de 5.
*Com informações da Agência Câmara.
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