Brasil conta com mais de 12 milhões de trabalhadores pobres com nível superior | Por Sérgio Jones

Política neoliberal do governo do presidente Jair Bolsonaro aprofunda crise socioeconômico e mantém elevado índice de desemprego.
Política neoliberal do governo do presidente Jair Bolsonaro aprofunda crise socioeconômico e mantém elevado índice de desemprego.
Política neoliberal do governo do presidente Jair Bolsonaro aprofunda crise socioeconômico e mantém elevado índice de desemprego.
Política neoliberal do governo do presidente Jair Bolsonaro aprofunda crise socioeconômico e mantém elevado índice de desemprego.

Conforme dados fornecidos pelas Pesquisas Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), publicados recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, demonstram que os estratos sociais mais pobres estão sentindo os efeitos da recessão econômica que atingiu seu ponto mais alto em 2016.

O economista Waldir Quadros analisa as condições de vida da população de baixa de renda divididas em três categorias gerais: “superior dos pobres”, que corresponde ao que alguns pesquisadores chamam de “baixa classe média”, “pobres” e “miseráveis”.

Observa ele, que 80% dos ocupados são classificados em alguma dessas categorias de pobres: 40% estão na camada ‘superior dos pobres’, 27% na camada dos ‘pobres’ e 13% na camada dos ‘miseráveis’”. Em termos de renda, informa, aqueles que estão na camada “superior dos pobres” têm uma renda média mensal de 1.700 reais, os “pobres” recebem 920 reais mensais e os “miseráveis”, 310 reais mensais.

Ele acredita que estamos diante de uma bomba-relógio. Cerca de 5,8 milhões de ocupados com ensino superior incompleto, 4,6 milhões são ‘pobres’. Mais grave ainda: 8,3 milhões de ocupados que estão classificados na categoria ‘pobres’ têm ensino superior completo. Se juntar aqueles que têm ensino superior incompleto e os que têm ensino superior completo, o universo é de 12,9 milhões de trabalhadores ‘pobres’ com nível superior”, afirma.

Tal realidade se apresenta para o conceituado economista como prenúncio de futuros acirramentos sociais, por entender que esse pessoal não vai aceitar essa condição tranquilamente, porque eles foram fazer faculdade, boa parte pagando a mensalidade com o Fies, esperando uma melhora de vida, e agora não tem melhora.

A constatação é que devido ao elevado número de desempregados quanto os ocupados que têm nível superior completo estão vivendo num nível social muito inferior, o qual é incompatível com o que se espera de alguém que tem uma educação de nível de ensino mais apurado.

A concentração cada vez mais brutal de rendas associadas ao desemprego de expressiva parcela da população ativa, que está acontecendo no Brasil. São ingredientes, mais do que suficiente, que poderão conduzir o país para uma conflagração social, de resultados inimagináveis.

*Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com).


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