Ciclo Completo de Polícia divide opiniões entre especialistas e deputados federais

Comissão especial da Câmara dos Deputados discute o Ciclo Completo de Polícia.
Comissão especial da Câmara dos Deputados discute o Ciclo Completo de Polícia.
Comissão especial da Câmara dos Deputados discute o Ciclo Completo de Polícia.
Comissão especial da Câmara dos Deputados discute o Ciclo Completo de Polícia.

Atualmente, as funções de prevenção, repressão e investigação são divididas entre as várias polícias que atuam no Brasil. Mas uma comissão especial da Câmara dos Deputados discute o Ciclo Completo de Polícia, uma proposta que dá poderes à Polícia Militar, à Polícia Civil e a outras corporações para cuidar de todas as etapas do combate ao crime. O assunto é discutido no Congresso há pelo menos 10 anos e foi objeto das duas últimas campanhas presidenciais.

Na segunda audiência pública da comissão especial sobre o tema, nesta terça-feira (5), os defensores do Ciclo Completo de Polícia colocaram como ponto principal a eficiência. O secretário-geral do Conselho Nacional de Comandantes Gerais da PM, coronel Marcello Hipólito, deu o exemplo da Polícia Militar de Santa Catarina. Segundo ele, o uso do Termo Circunstanciado de Ocorrências (TCO) aliado à tecnologia agiliza o atendimento da população, economiza a ida do policial à delegacia e até os gastos com papel.

Custo operacional

Já o representante da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais, Marcelo Azevedo, disse que o registro convencional demora, em média, 4 horas e meia para ser feito e custa R$ 3.408,46. O Termo Circunstanciado de Ocorrências leva meia para ser registrado, a um custo de R$ 225.

“É um modelo fracassado, um modelo que apresenta, além de um alto custo social, também um prejuízo na atividade de policiamento, na atividade de segurança pública para a sociedade”, disse.

Para os opositores do Ciclo Completo de Polícia, o problema não está no modelo de investigação policial, mas na falta de recursos. Foi o que afirmou o presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, Edvandir de Paiva.

“Em qualquer investigação que você colocar recursos materiais e humanos dedicados, vai dar certo. A Lava-Jato é uma grande demonstração disso. Foi colocado um foco num tipo de investigação e foi direcionado recurso para aquela investigação, material e humano, e ela dá certo. Agora, sem investimento é impossível”, observou.

Falta de qualificação

O deputado Delegado Marcelo Freitas (PSL-MG), que é da Polícia Federal, também é contrário ao ciclo completo. Ele teme a falta de qualificação de quem vai registrar a ocorrência do crime.

“Nós observamos que, não raras vezes, quando o policial, ele não tem uma preparação, ele captura o fato criminal de maneira equivocada, gerando distorções lá na frente”, disse.

Para o presidente da comissão especial, deputado Subtenente Gonzaga (PDT-MG), o Brasil é o único país da América que tem polícias com competências divididas e, na Europa, esse modelo não existe.

Experiência internacional

“O mundo se organizou de outra forma e nós temos, portanto, dados a serem comparados. O que que o mundo produz em termos de elucidação de crimes, o que o mundo tem em termos de taxa de homicídio e demais crimes, e o que o Brasil tem, o que nós temos diferente”, observou.

Os integrantes da comissão especial aprovaram requerimentos com convites para os participantes das próximas audiências públicas. Entre eles, os embaixadores da França, Espanha, Itália e Chile, além de representantes das polícias destes países.

*Com informações da Agência Câmara.


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.