
A participação mais efetiva de mulheres e jovens rurais nas atividades do Pró-Semiárido foi um dos destaques apontados pelos Agentes Comunitários Rurais (ACRs), no encontro de avaliação, realizado entre os dias 02 e 06 de dezembro de 2019, no Centro Diocesano em Senhor do Bonfim.
Durante o encontro, foram relatadas as principais inovações sociais e seus impactos para a vida dos beneficiários do projeto, a exemplo da participação maior de mulheres em grupos de interesse de criação de caprinos e abelhas; interação entre as comunidades, representação feminina nos espaços de decisão e inserção e interesse dos jovens em participar das atividades.
Para a assessora de políticas públicas do Pró-Semiárido do Serviço Territorial de Apoio à Agricultura Familiar (Setaf) de Juazeiro, Jussara Oliveira, a inserção dos ACRs como apoiadores das atividades do projeto tem contribuído para o sucesso da ação, dentre outros motivos, pela valorização da juventude que vive nas comunidades assessoradas: “O trabalho dos ACRs, que são filhos e filhas de agricultores, é uma inovação para o Estado da Bahia. Eles são os porta-vozes das comunidades porque sabem e falam a mesma língua das comunidades”.
O grupo refletiu também sobre temáticas como agroecologia, tecnologias sociais, comercialização de produtos, meio ambiente, equidade de gênero, fortalecimento organizacional, entre outros. “O Pró-Semiárido tem que ser o incentivo para que as comunidades caminhem com seus próprios passos. Se os jovens não assumirem, desde já, não teremos como garantir o fortalecimento organizacional das nossas comunidades e o Pró-Semiárido é esta semente”, explicitou o ACR Vilson Bispo, da comunidade Fazenda Alegre, município de Itiúba.
Além das inovações e das temáticas, o encontro realizado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública vinculada à da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), no âmbito do projeto Pró-Semiárido, que tem financiamento do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida), destacou ainda a importância dos intercâmbios como processos metodológicos de construção e valorização dos saberes.
O Encontro Geral dos Agentes Comunitários está na sua sexta edição. “Chegou o momento de valorizar o intercâmbio, pois ele é um instrumento importante de capacitação. É aquela velha história, uma imagem vale mais do que mil palavras. Se deslocar, ver, experimentar faz toda diferença”, ressaltou Samuel Lyra, subcoordenador de capital humano e social do Pró-Semiárido e organizador do evento.
Troca de saberes
Os ACRs tiveram a oportunidade de visitar uma propriedade familiar, em Grota da Mata, município de Campo Formoso e trocar experiências sobre as tecnologias utilizadas pela família, a exemplo do Sistema Agroflorestal (SAF), que dentre outras técnicas, utiliza matérias mortas para forrar o pasto, formando uma camada de proteção e fornecendo nutrientes ao solo. Esta técnica substitui as queimadas para formação de pastagem, ainda comuns no Semiárido. “Vou promover rodas de aprendizagem para dividir o conhecimento que absorvi. Aos poucos, vamos mudando o pensamento dos agricultores, provar que não precisam fazer queimadas e que há outras possibilidades”, afirmou Edinei Antunes, que atua com ACR nas comunidades Suvela, Mandú, Vila Aparecida e Pimenteira, no munícipio de Remanso.
Em Massaroca, comunidade rural de Juazeiro, o sistema produtivo para beneficiamento de ovos surpreendeu o grupo que escolheu o tema “Tecnologias Sociais”. A agroindústria instalada na comunidade já fornece 1200 ovos diariamente e a meta é chegar a 2500. Os ACRs conheceram todas etapas do processo, desde a coleta dos ovos nos quintais até a comercialização. “Eu tinha a preocupação de como orientar as comunidades sobre o escoamento da produção de ovos, pois o Pró-Semiárido já instalou 48 viveiros na minha região e precisamos incentivar os agricultores e agricultoras a agregar valor e dar saída à produção”, pontuou Clécia Almeida, ACR do município de Jacobina.
Os ACRs conheceram ainda os manejos adotados na avicultura, caprinocultura, bovinocultura, suinocultura, curtinocultura, cunicultura, a produção de ração, além da agroindústria do Instituto Federal Baiano (IFBA), em Senhor do Bonfim; os agentes visitaram também a feira orgânica e agroecológica instalada na cidade e organizada por agricultoras e agricultores do município.
Share this:
- Click to print (Opens in new window) Print
- Click to email a link to a friend (Opens in new window) Email
- Click to share on X (Opens in new window) X
- Click to share on LinkedIn (Opens in new window) LinkedIn
- Click to share on Facebook (Opens in new window) Facebook
- Click to share on WhatsApp (Opens in new window) WhatsApp
- Click to share on Telegram (Opens in new window) Telegram
Relacionado
Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)
Subscribe to get the latest posts sent to your email.




