Estudo demonstra que idade e obesidade lideram risco para Covid-19

Christopher Petrilli, pesquisador estadunidense.
Christopher Petrilli, pesquisador estadunidense.

A importância de cuidar das doenças crônicas está sendo evidenciada mais fortemente com a pandemia do novo Coronavírus. Estudo feito pelo pesquisador norte-americano Christopher Petrilli e colegas, revelou que idade e obesidade são os marcadores de risco mais importantes para os sintomas do COVID-19, graves o suficiente para justificar uma internação hospitalar.

Este estudo foi feito com 4.103 pacientes confirmados com COVID-19. Os pesquisadores realizaram uma análise de regressão multivariada para encontrar os fatores de risco mais importantes para maus resultados. O que eles descobriram foi que a idade e as condições crônicas são os fatores mais importantes. E entre as doenças crônicas, destacou-se a obesidade.

Cuidados redobrados

Ao analisar o estudo, a diretora do Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia (Cedeba), Reine Chaves, disse que ” isso mostra a importância do trabalho que estamos fazendo, de acompanhamento por teleorientação para os pacientes com obesidade acompanhados pelo Centro de Referência,

Ainda segundo a diretora do Cedeba, o estudo destaca que “a condição crônica com a associação mais forte com doença crítica foi a obesidade, com uma razão de chances substancialmente mais alta do que qualquer doença cardiovascular ou pulmonar. A obesidade é reconhecida como uma condição pró-inflamatória”.

O estudo de Petrilli e outros sugere que pacientes com um IMC alto têm maior probabilidade de receber tratamento intensivo quando apresentam sintomas de COVID-19. O que realmente importa é a negação e a discriminação que ocorrem ao longo da vida. O problema bem documentado é que as pessoas com obesidade recebem cuidados precários durante a maior parte de suas vidas. O conselho ineficaz para perder peso é um péssimo substituto para os cuidados baseados em evidências.

“A COVID-19 está ilustrando em termos vívidos como negligenciar os cuidados necessários para uma doença crônica – obesidade – pode levar a um grave problema agudo. Nossa resposta, ao lidarmos com a crise aguda, deve ser, em última análise, buscar e oferecer melhores cuidados para a doença crônica que nos torna vulneráveis”,destaca o Alberto Dias Filho.

Diabéticos

A discussão sobre doenças crônicas e o Coronavírus no grupo Endonews também analisou o risco do paciente com diabetes. O diabetes sob controle não iguala ao paciente não – diabético. O risco é igual para todos os pacientes com diabetes e a mortalidade é bem maior. As estatísticas não indicam se os pacientes mantinham a doença sob controle.

De acordo com a endocrinologista Reine Chaves, o diabético pode estar controlado, mas ao ser internado precisará manter um controle glicêmico, que pode não ser tão fácil, favorecendo desfechos ruins. “Se além de diabetes, for hipertenso e obeso, que estão no topo das comorbidades mais associadas à mortalidade na Covid, aumentam os riscos”.


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