Chefe da ONU lamenta perda de 200 mil vidas e detalha resposta da ONU

António Guterres, secretário-geral da ONU.
António Guterres, secretário-geral da ONU.
António Guterres, secretário-geral da ONU.
António Guterres, secretário-geral da ONU.

Três meses depois da Covid-19 ser declarada uma emergência de saúde pública internacional, o secretário-geral da ONU lamentou a perda de mais de 200 mil vidas, afirmando que “muitas outras se seguirão.”

Falando a jornalistas, por videoconferência, António Guterres detalhou a resposta da organização, dizendo que “se mobilizou para salvar vidas, combater a fome, aliviar a dor e planejar a recuperação.”

Trabalho

O chefe da ONU lembrou o apelo a um cessar-fogo global, o Plano de Resposta Humanitária de US$ 2 bilhões e o lançamento do ACT Accelerator, que deve acelerar o desenvolvimento, a produção e o acesso a novos diagnósticos, tratamentos e vacinas.

A ONU também ativou a sua cadeia de distribuição mundial. Milhões de kits de teste, respiradores e máscaras chegaram a mais de 100 países. Quase 1,2 mil toneladas de kits de teste e outros suprimentos chegaram a 52 países da África.

A organização também produziu uma série de relatórios para orientar a resposta. O primeiro documentou as consequências socioeconômicas. Outras pesquisas destacaram impactos sobre as mulheres, perigos para as crianças e aumento da insegurança alimentar, com o risco de 130 milhões de pessoas estarem em situação de fome até o final do ano.

A ONU também produziu orientações sobre direitos humanos e combate à disseminação de informação falsa. Na sexta-feira, irá publicar um relatório sobre pessoas idosas. Nas próximas semanas, serão anunciadas pesquisas sobre pessoas com deficiência e impactos na saúde mental.

A organização também está atuando no terreno. As operações de paz continuam apoiando processos políticos e as agências humanitárias alcançam mais de 110 milhões de pessoas em 57 países. A Assembleia Geral aprovou duas resoluções sobre cooperação e melhoria do acesso a medicamentos e vacinas.

Esforços

António Guterres destacou três dimensões da atuação da ONU: cessar-fogo global, resposta às necessidades e, por fim, recuperação.

Sobre o cessar-fogo, recebeu o apoio de 114 governos, organizações regionais e líderes religiosos. Também teve resposta positiva de 200 grupos da sociedade civil, incluindo 16 grupos armados.

Existem, no entanto, dificuldades na sua implementação. Na Síria, o cessar-fogo está em andamento, mas as hostilidades ainda não terminaram. Na Líbia, aconteceu uma escalada dos confrontos. No Afeganistão, a ONU está apoiando a negociação de um cessar-fogo entre o governo e os Talibã.

Sobre o Iêmen, António Guterres afirmou que “há uma oportunidade para a paz.” Todas as partes expressaram apoio ao apelo e a Arábia Saudita declarou um cessar-fogo temporário unilateral. Com as duas primeiras mortes por covid-19 registradas, o secretário-geral disse que “é hora de reconhecer que o povo iemenita já sofreu demais.”

Afirmando que “todos os esforços dependem de forte apoio político”, Guterres disse ter “esperança que o Conselho de Segurança será capaz de encontrar unidade e adotar decisões que ajudem a tornar o cessar-fogo uma realidade.”

Apoio

Em relação às dificuldades econômicas, o secretário-geral lembrou vários dados.

A força de trabalho global deve ter uma perda equivalente a mais de 300 milhões de empregos. Milhões de crianças correm o risco de perder vacinas. Remessas estão em forte declínio, assim como investimento direto estrangeiro. Número de pobres pode aumentar 500 milhões, o primeiro aumento em três décadas.

Em resposta, o Fundo Monetário Internacional, FMI, já aprovou US$ 12,3 bilhões em financiamento para 36 países em desenvolvimento. O Banco Mundial deve fornecer US$ 160 bilhões nos próximos 15 meses. O G20 aprovou a suspensão dos pagamentos dda dívida para os países mais pobres.

Para o secretário-geral, esta resposta não é suficiente. Guterres disse que a moratória da dívida deve ser estendida a todos os países em desenvolvimento e que deve ser seguida de um alívio da dívida. Também é necessário resolver questões estruturais na arquitetura internacional de dívidas soberanas.

Por fim, sobre a recuperação, Guterres disse que o planejamento deve começar agora, para conseguir um mundo “mais seguro, saudável, mais sustentável e inclusivo.” Além de resolver desigualdades e lacunas na proteção social, a recuperação precisa ter em conta a ação climática.

Guterres pediu aos governos que todo o investimento acelere a descarbonização da economia e que a criação de empregos verdes seja uma prioridade. Para o chefe da ONU, “o dinheiro dos contribuintes não deve ser usado para subsidiar combustíveis fósseis ou resgatar indústrias poluentes.”

*Com informações da Agência Brasil.

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