
O dólar começou maio em firme alta, voltando a superar a barreira psicológica dos 5,50 reais numa segunda-feira (04/05/2020) de fortalecimento global da moeda norte-americana, agravada no Brasil por renovadas tensões no plano político.
O dólar à vista subiu 1,55%, a 5,5224 reais na venda. Na B3, o dólar futuro tinha ganho de 0,99%, a 5,5500 reais, às 17:15 horas.
O dólar no exterior se valorizava contra uma cesta de moedas fortes, com investidores demandando a segurança da divisa na esteira de trocas de farpas entre EUA e China sobre a origem do coronavírus. O receio é que, não bastasse o baque econômico decorrente do Covid-19, investidores precisem agora lidar com uma edição 2.0 da guerra comercial entre as duas maiores economias globais.
E o real voltou a registrar desempenho pior que seus pares emergentes, a exemplo de outros dias em abril, quando se intensificaram receios de nova tensão política doméstica, após o presidente Jair Bolsonaro ter novamente feito aparição em protesto no domingo com centenas de pessoas que se manifestaram a favor do seu governo e contra o STF e o presidente da Câmara.
O mercado monitora ainda desdobramentos do depoimento prestado no sábado por Sergio Moro, que acusou Bolsonaro de tê-lo pressionado indevidamente em relação à troca do comando da Polícia Federal. “Agora, toda sociedade brasileira aguarda um possível vazamento que revele o conteúdo das declarações feitas pelo ex-ministro”, disse a Guide Investimentos em nota.
Mesmo com a recuperação na última semana de abril, o real ainda amarga o pior desempenho entre os principais rivais do dólar em 2020, com baixa nominal de 27,33%, seguido pelo rand sul-africano (-24,6%).
Analistas do Goldman Sachs calculam que o excesso de desvalorização do real já ultrapassa os 20%, pelas métricas do banco. Porém, diferentemente de outros períodos semelhantes, os baixos juros reais pagos pelo Brasil atualmente prejudicam a atratividade da moeda, junto com “outras partes da história macro” local. O Goldman projeta novo corte de 50 pontos-base no juro básico da economia nesta semana.
“Entre as histórias de valor profundo no câmbio latino-americano, preferimos o peso mexicano, que apresenta um cenário macroeconômico que, em relação ao Brasil, deve mostrar mais resiliência cambial durante a crise do coronavírus”, disseram profissionais do banco norte-americano em nota.
Enquanto o real registrou o pior desempenho entre as principais moedas nesta sessão, o peso mexicano ocupou a ponta contrária, em alta de 1,9% ante o dólar.
Wall St fecha em alta com ajuda dos setores de tecnologia e energia
As ações dos Estados Unidos encerraram em alta nesta segunda-feira, com os ganhos de grandes empresas de tecnologia e Internet e a valorização dos preços do petróleo superando preocupações provocadas pelas novas tensões entre os EUA e a China e o sentimento de pessimismo em razão da reunião anual da Berkshire Hathaway, de Warren Buffett.
Em dados não oficiais, o Dow Jones subiu 0,11%, para 23.749,76 pontos, o S&P 500 ganhou 0,42%, para 2.842,74 pontos e o Nasdaq Composite valorizou 1,23%, para 8.710,72 pontos.
*Com informações de José de Castro e Lewis Krauskopf, da Agência Reuters.
Share this:
- Click to print (Opens in new window) Print
- Click to email a link to a friend (Opens in new window) Email
- Click to share on X (Opens in new window) X
- Click to share on LinkedIn (Opens in new window) LinkedIn
- Click to share on Facebook (Opens in new window) Facebook
- Click to share on WhatsApp (Opens in new window) WhatsApp
- Click to share on Telegram (Opens in new window) Telegram
Relacionado
Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)
Subscribe to get the latest posts sent to your email.




