
A edição online do conservador Le Figaro traz um perfil inclemente de Jair Bolsonaro nesta sexta-feira (12/06/2020). “Diante da pandemia, o presidente ataca governadores e prefeitos que aplicam a quarentena e não para de ameaçar opositores”, diz no início do texto, assinado pelo jornalista Jean-Marc Gonin.
É mais um artigo para tentar explicar aos franceses quem é essa figura que governa um dos países que já esteve na dianteira dos emergentes, mas que agora detém números galopantes no ranking em relação à “hecatombe” da Covid-19. São mais de mil mortos de “gripezinha” por dia, ironiza o artigo, referindo-se ao termo usado pelo brasileiro.
O jornal conservador Le Figaro tenta explicar aos leitores franceses quem é Jair bolsonaro.© Fotomontagem RFI
“Esses números desastrosos não desanimam Jair Bolsonaro, que incitou a população a enfrentar a doença como ‘homem, pô, não como moleque’”, diz Le Figaro. A seguir, a matéria cita os tropeços do governo central, ao impor a cloroquina como panaceia, contrariando o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que aliás foi substituído diante da desobediência. Seu sucessor, Nelson Teich, não durou um mês. A pasta agora está a cargo de um ex-general sem qualquer qualificação para o posto, explica o jornal.
O texto segue enumerando ideias de Trump adotadas por Bolsonaro, que desaprova a máscara, a quarentena e vai de encontro a multidões sem proteção. Ele faz pugilismo verbal com governadores que ousam desacatá-lo, acusando-os de estarem destruindo o Brasil com a quarentena.
Le Figaro lembra que a economia brasileira está à beira do colapso. Após a violenta recessão de 2015-2016, seguiu-se um pálido crescimento até 2019, de cerca de 1% ao ano. Esperava-se que a taxa de crescimento alcançasse 2% em 2020. Mas a pandemia fez naufragar essa esperança, “afundando muitos brasileiros no medo do amanhã”.
Fora Bolsonaro!
A população brasileira desesperada e em cólera começa a ir às ruas contra o presidente, batendo de frente com os bolsonaristas que marcham em prol do fim da quarentena. Os que pedem a saída de Bolsonaro têm, em São Paulo, apoio de torcidas organizadas, como a do Corinthians, conhecida por seu afinco e fervor.
A luta contra a corrupção é a grande derrota de Bolsonaro, estima Le Figaro. Ele bateu o PT nas eleições, adotou o juiz “incorruptível” Sérgio Moro como ministro da Justiça, que depois pediu demissão do cargo, humilhado pelas intervenções superiores. O jornal fala ainda sobre o embaraçoso vídeo em que Bolsonaro, “com sua vulgaridade habitual”, insulta o magistrado.
O Júlio Cesar carioca, como é chamado pelo diário francês, vê os casos contra si aumentarem na Justiça, como a questão das fakenews. Mais de 30 pedidos de impeachment já foram recebidos pelo congresso. Mas Bolsonaro não se deixa intimidar, lembrando que o governo tem o povo e os militares a seu lado.
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