Assistência técnica contribui para autonomia de Grupo de Mulheres do município de Valente  

Grupo de mulheres da comunidade rural de Papagaio.
Grupo de mulheres da comunidade rural de Papagaio.

O beneficiamento da mandioca e de outros produtos como o licuri e o milho, que resultam na produção de iguarias como pizza de aipim, geladinho de aipim, gourmet e tradicional, broa de milho, mandioquinha doce, cocadas de coco e de licuri, está gerando renda, promovendo autonomia e transformando a realidade de um grupo de mulheres da comunidade rural de Papagaio, município de Valente, localizado no Território de Identidade Sisal.

Esse é o resultado da organização e do esforço coletivos desse grupo de mulheres, aliados ao serviço de assistência técnica e extensão rural (Ater), prestado pelo Governo do Estado, por meio da Fundação de Apoio de Desenvolvimento Sustentável e Solidário da Região Sisaleira (Fundação APAEB), uma das organizações que foram contratadas, via Chamada Pública, pela Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater), unidade da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), para executar o serviço.

O acompanhamento técnico aconteceu desde quando o grupo foi criado, em 2018, por cinco mulheres, agricultoras familiares, que, de forma solidária, resolveram se unir para criar uma alternativa de ocupação e geração de renda para suas famílias.

Foi a partir das primeiras reuniões que escolheram o nome Delícias da Mandioca para o grupo e para identificar os produtos. Foi decidida também a forma como elas iriam trabalhar, coletivamente, colocando em prática os conhecimentos adquiridos em cursos de qualificação como o de beneficiamento da mandioca, onde aprenderam a fazer sorvetes, pizzas e biscoitos, entre outros produtos. O sorvete e o geladinho de mandioca fizeram tanto sucesso que, só no primeiro mês elas produziram e comercializaram 521 geladinhos e 274 sorvetes. “Já temos o cadastro de microempreendedor individual para vender com nota fiscal”, ressalta a agricultora familiar Eleni Lopes.

Entre as atividades realizadas pela equipe de Ater junto à comunidade, estão a elaboração de planejamento, realização de ações de captação de recursos para composição do capital de giro, divisão de tarefas e qualificação da produção, além da Oficina de Construção Coletiva de Marca, o que possibilitou o planejamento da identidade visual do empreendimento, a marca e os rótulos dos produtos: “A iniciativa de fazer a marca com o grupo é dar identidade cultural ao produto, além de reforçar o sentimento de pertencimento do empreendimento coletivo. No âmbito do mercado, isso facilita a comercialização”, expôs a assessora pedagógica da Fundação APAEB, Ana Naara Silva.

Investimentos em infraestrutura para beneficiamento da produção

A comunidade do Papagaio é também uma das atendidas com investimentos do Governo do Estado, via projeto Bahia Produtiva, executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR/SDR), a partir de acordo de empréstimo com o Banco Mundial. Já está na fase final a implantação de uma casa de farinha, com capacidade instalada de produção de 150 quilos de farinha, por hora.

A agroindústria, que vai atender diretamente 20 famílias da comunidade, com investimento da ordem de R$ 258,8 mil, é resultado do convênio firmado com a Associação Comunitária dos Moradores de Papagaio. A ação tem sido um incentivo para a ampliação do plantio de mandioca e aipim, que terá seu valor agregado, a partir do processamento na unidade de beneficiamento.

Eliete Oliveira, tesoureira da Associação Comunitária dos Moradores de Papagaio, fala da importância da Ater e conta como a casa de farinha é esperada pela comunidade, que ainda precisa levar a mandioca para ser beneficiada em outra comunidade: “A assistência técnica nos ajudou bastante e a expectativa pela casa de farinha é muito grande. Para a gente vai ser bom. Além dos agricultores [produtores de mandioca], temos também o empreendimento Delícias da Mandioca, que irá trabalhar dentro da Casa de Farinha, utilizando o espaço e equipamentos”.

“Ainda estamos com algumas dificuldades para produzir, mas a gente se diverte produzindo. Damos muitas risadas e nosso esforço tem demonstrado resultado”, conta a integrante do grupo, Selma Oliveira. Em 2019, o grupo chegou a vender um total de R$ 3.985: “Não é muito, mas percebemos que nosso negócio é viável. Tem sido importante a assessoria que estamos recebendo da Fundação. As orientações e o que conseguimos encaminhar até aqui foram muito bom pra gente, ressalta Selma.

Atualmente, o grupo está produzindo geladinhos de aipim, pizza de aipim e tradicional, broa de milho, mandioquinha doce e cocadas de coco e licuri. Além de venderem na comunidade, ou por encomenda, os produtos são comercializados no posto de vendas APAEB, Tio Bila, Ponto Nosso, Abatedouro Central e Fábrica da APAEB, no município de Valente.

Beneficiamento da mandioca e de outros produtos como o licuri e o milho, que resultam na produção de iguarias como pizza e broa de milho.
Beneficiamento da mandioca e de outros produtos como o licuri e o milho, que resultam na produção de iguarias como pizza e broa de milho.

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.