Coronavírus ameaça sistema de saúde da Alemanha, afirma chanceler Angela Merkel

Chanceler Angela Merkel participa de reunião sobre aumento de novas infecções do coronavírus na Alemanha.
Chanceler Angela Merkel participa de reunião sobre aumento de novas infecções do coronavírus na Alemanha.

A chanceler federal Angela Merkel defendeu perante o Bundestag (Parlamento), nesta quinta-feira (29/10/2020), as novas medidas anunciadas pelo seu governo um dia antes para conter a pandemia do novo coronavírus.

“As medidas que agora adotamos são adequadas, necessárias e proporcionais”, afirmou Merkel, num discurso que foi várias vezes interrompido por apupos da bancada do partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD).

A chanceler disse que as limitações de contato são o melhor e principal meio para reduzir as infecções. Trata-se de reduzir os contatos de forma sistemática ao “mínimo absolutamente necessário”.

Merkel argumentou que a atual taxa de infecções ameaça o sistema de saúde da Alemanha. O Instituto Roberto Koch (RKI) anunciou nesta quinta-feira um novo recorde diário: 16.774 infecções em apenas 24 horas em todo o país.

A atual dinâmica das infecções pode sobrecarregar as UTIs do país em poucas semanas, argumentou a chanceler. Ela lembrou que o número de pacientes em UTIs devido à covid-19 mais do que dobrou nos últimos dez dias e chegou a 1.500. Se o governo esperar até as UTIs estarem cheias, disse Merkel, “aí será tarde demais”.

O governo federal e os governadores anunciaram nesta quarta-feira uma nova lista de medidas para conter a pandemia, chamadas de lockdown parcial.

Entre elas estão o fechamento de restaurantes, bares, academias, teatros, cinemas e piscinas a partir da próxima segunda-feira, e a limitações de reuniões privadas a dez pessoas de no máximo duas residências diferentes.

Também o ministro da Saúde, Jens Spahn, em declarações a uma emissora de rádio, deixou claro que o objetivo do governo alemão é impedir o colapso do sistema de saúde. “Eu não quero esperar até as UTIs estarem lotadas”, afirmou.

No seu discurso no Parlamento, Merkel preparou os alemães para quatro meses longos e difíceis. “O inverno será difícil, mas ele vai acabar.” Nos oito primeiros meses da pandemia, afirmou, os alemães aprenderam uns com os outros e se apoiaram. “Isso distingue essa sociedade. Essa disposição para ajudar, esse senso de comunidade, é isso que me deixa confiante”, disse Merkel.

O líder da bancada da AfD, Alexander Gauland, criticou o novo lockdown, afirmando que a população não tem como suportá-lo, e disse que a Alemanha está sendo governada por um gabinete de guerra e que o país vive uma “ditadura do coronavírus”.

O presidente do Partido Liberal (FDP), Christian Lindner, criticou a tomada de decisões pelo governo e pelos governadores, afirmando que o Parlamento foi posto de lado, o que, segundo ele, ameaça a democracia parlamentar no país.

*Com informações do DW.

Pesquisadores identificam nova cepa do coronavírus SARS-CoV-2.
Pesquisadores identificam nova cepa do coronavírus SARS-CoV-2.

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