Sem citar extremista Jair Bolsonaro, ex-porta-voz da presidência Rêgo Barros diz que poder “inebria, corrompe e destrói”

Otávio Santana do Rêgo Barros, general de divisão do Exército Brasileiro, doutor em Ciências Militares, foi o porta-voz da Presidência da República do Governo Bolsonaro.
Otávio Santana do Rêgo Barros, general de divisão do Exército Brasileiro, doutor em Ciências Militares, foi o porta-voz da Presidência da República do Governo Bolsonaro.

O ex-porta-voz da Presidência da República Otávio do Rêgo Barros fez uma série de críticas indiretas ao presidente Jair Bolsonaro, em artigo publicado ontem no jornal Correio Braziliense, publicado nesta terça-feira (27/10/2020). Sem citar o nome do extremista de direita, Rêgo Barros afirmou que o poder “inebria, corrompe e destrói”. O antigo auxiliar critica também auxiliares presidenciais que se comportam como “seguidores subservientes”.

No artigo ‘Memento mori’ (Lembre-se da morte), Rêgo Barros critica os “líderes atuais” que parecem iludidos pelos comentários dos “seguidores de ocasião” que o cercam.

“Os líderes atuais, após alcançarem suas vitórias nos coliseus eleitorais, são tragados pelos comentários babosos dos que o cercam ou pelas demonstrações alucinadas de seguidores de ocasião”, escreveu o ex-porta-voz do presidente.

Em retórica elaborada, Rêgo Barros cita os efeitos negativos dos “aduladores”, que podem afetar o “senso de realidade” de alguns. Constantemente, Bolsonaro é acusado de dar declarações negacionistas, portanto, distantes da realidade do país. O presidente inclusive reafirmou diversas vezes que o Brasil lidou muito bem com a pandemia do novo coronavírus.

“O escravo se coloca ao lado do galardoado chefe, o faz recordar-se de sua natureza humana. A ovação de autoridades, de gente crédula e de muitos aduladores, poderá toldar-lhe o senso de realidade. Infelizmente, nos deparamos hoje com posturas que ofendem àqueles (sic) costumes romanos”, escreveu o general.

O ex-porta-voz lamenta também que as promessas durante a campanha eleitoral sejam “meras peças publicitárias”. Recentemente, Bolsonaro tem sido criticado por sua gestão ter se desviado do combate à corrupção, uma das pautas mais recorrentes de sua campanha eleitoral.

“É doloroso perceber que os projetos apresentados nas campanhas eleitorais, com vistas a convencer-nos a depositar nosso voto nas urnas eletrônicas, são meras peças publicitárias, talhadas para aquele momento. Valem tanto quanto uma nota de sete reais. Tão logo o mandato se inicia, aqueles planos são paulatinamente esquecidos diante das dificuldades políticas por implementá-los ou mesmo por outros mesquinhos interesses”, escreveu Rêgo Barros em possível referência ao ex-chefe.

*Com informações do Yahoo Notícias.


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.