Fim do Auxílio Emergencial do Trabalhador e aumento do desemprego apontam para explosão social em 2021

O fim do Auxílio Emergencial do Trabalhador nesta terça-feira (29/01/2021) agravará o desemprego e a pobreza no país, prevê o diretor-adjunto do Dieese, José Silvestre. A decisão do governo chega junto com o anúncio de que o país fecha o ano com mais de 14 milhões de desempregados. Para completar, a inflação de alimentos e da cesta básica atinge em cheio a renda dos mais pobres.

De acordo com projeção de especialistas, em torno de 48 milhões de pessoas, sobretudo trabalhadores informais, ficarão sem ajuda financeira do governo federal a partir de janeiro. Sem propor alternativas, o Ministério da Cidadania aponta para o retorno do Bolsa Família, programa que atende a 19,2 milhões de pessoas. Na maioria dos países do mundo o apoio às populações e à economia está sendo renovado.

Para o diretor-adjunto do Dieese, a combinação do fim do auxílio com o aumento da procura por trabalho vai aprofundar o desemprego em 2021. De acordo com Silvestre, esse quadro é agravado pela incapacidade do país de criar empregos na magnitude necessária. O Índice de Atividade Econômica, medido pelo Banco Central, encolheu 3,93% em 12 meses, indicando a fraca recuperação da economia.

Em artigo, a deputada federal (PR) e presidenta do PT alerta que a retirada da renda do auxílio, sem recuperação dos rendimentos do trabalho, implicará aumento da desigualdade e da pobreza. “Os mais vulneráveis, sem a renda garantida pelo Estado, buscarão sua sobrevivência material e ampliarão o risco de contágio pelo vírus, pressionando ainda mais a rede pública de saúde, que também sofrerá o impacto da austeridade em 2021”, afirma.

O fim do auxílio emergencial afetará o rendimento das famílias e o consumo, aponta o diretor-adjunto do Dieese. “Não há dúvida que o auxílio emergencial teve contribuição importante inclusive para que a queda na economia não fosse tão acentuada”, destaca ele. “As pessoas precisam comer. Certamente vamos assistir a uma piora da miséria e da pobreza, como já está sendo projetado”, adverte.

“É contra esta visão que precisamos lutar, em defesa da adoção de medidas emergenciais que atendam ao interesse da população, especialmente os trabalhadores e os mais vulneráveis”, defende Gleisi. Para ela, “ainda há tempo de evitar o caos sanitário e social em 2021. Basta a prorrogação do estado de calamidade, o que suspenderá as regras fiscais e viabilizará gastos emergenciais para combate à pandemia”.


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.