Greve de petroleiros na Bahia tem intensa adesão e pode afetar fornecimento de combustíveis

Refinaria Landulpho Alves (RLAM) é sediada em São Francisco do Conde e foi vendida por US$ 1,65 bilhão para Mubadala Capital.
Refinaria Landulpho Alves (RLAM) é sediada em São Francisco do Conde e foi vendida por US$ 1,65 bilhão para Mubadala Capital.

Petroleiros da Bahia iniciaram nesta quinta-feira (18/02/2021) greve por tempo indeterminado, com a adesão de cerca de mil trabalhadores da Petrobras, que se manifestaram contra a venda de refinaria no Estado e em outras localidades, informou em nota a Federação Única dos Petroleiros (FUP).

O movimento não afetou a produção da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), em São Francisco do Conde (BA), que está em estágio avançado de venda para o Mubadala Capital, de acordo com a Petrobras.

A petroleira, no entanto, não deu mais detalhes sobre a manifestação, como por exemplo se confirmava a adesão anunciada pela federação.

A FUP, em contrapartida, afirmou que como se trata do primeiro dia do movimento, não é possível medir se há impacto na produção da Rlam.

A paralisação teve início apesar da estatal ter afirmado anteriormente em comunicado que o movimento é ilegal e que adotará todas as medidas administrativas e jurídicas cabíveis.

Segundo a FUP, não houve troca de turno na Rlam nesta quinta-feira, enquanto trabalhadores próprios e terceirizados permaneceram do lado de fora da unidade. A refinaria tem cerca de 900 trabalhadores próprios e 1.700 terceirizados, de acordo com a federação.

A Petrobras anunciou na semana passada que o Mubadala Capital venceu disputa pela Rlam, com uma oferta de 1,65 bilhão de dólares. A assinatura do contrato, entretanto, ainda está sujeita à aprovação de órgãos competentes.

Antes de iniciar a greve, os trabalhadores entregaram à petroleira uma pauta reivindicatória relacionada à venda. Segundo a FUP, desde segunda-feira a petroleira vinha realizando reuniões com o Sindipetro-Bahia, mas não houve avanço nas conversas.

Dentre as reivindicações, os trabalhadores questionam como ficará o cronograma de transição da operação, os prazos de transferência de funcionários, critérios e prioridades, dentre vários outros questionamentos.

Em nota enviada anteriormente, a Petrobras afirmou que foi notificada no domingo pelo Sindipetro-BA sobre a intenção de realizar a paralisação e que o motivo alegado “não preenche os requisitos legais para o exercício do direito de greve”.

“A greve só é legítima quando está relacionada à reivindicação de direitos dos trabalhadores, como salário e benefícios; caso contrário, é considerada abusiva. A venda da Rlam não acarretará nenhuma perda de direito ou vantagem trabalhista para os empregados da Petrobras”, disse a empresa.

A Petrobras ressaltou que já garantiu que todos os empregados que optarem por permanecer na companhia serão realocados em outros ativos e áreas.

*Com informações da Agência Reuters.


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.