A história do nascimento do individualismo faz parte das reflexões, no mundo ocidental, provenientes dos questionamentos éticos socráticos, aos quais em um pensamento eudaimonista, referia-se em contrapontos as retóricas sofistas que: o homem seria feliz na busca pelo bom caráter e valores morais. Nessa visão rebatia aos sofistas de que: o homem é a medida de todas as coisas. No Período do renascimento esses valores antropocêntricos ressurgem, com força, motivado pelos interesses de uma classe nascente a “Burguesia”, a qual teria considerações em romper com a ordem dominante, “Absolutista e Clerical”. Nesse período filósofos, como Maquiavel e Hobbes, destacava a maldade humana e reforçava a necessidade de controle, político-social, do até então nascente Estado. Ainda durante esse período, a reforma protestante de Martinho Lutero empurra o homem ao individualismo, rompendo com as ideias coletivistas pregadas pela a igreja católica, e reforça o liberalismo. Coloca o homem com um ser dignificado pelo o trabalho e abre o caminho para a produtividade e consumismo. Nesse mesmo período, Descarte isola o sujeito do objeto e juntamente com Copérnico, Galileu, Newton, Kepler e Bacon, funda o experimentalismo e as ideias mecanicistas, as quais somadas ao positivismo, refletido também as ideias empiristas nascentes de J. Locke e D. Hume, impulsiona o homem para o novo salto cientificista. O iluminismo nasce como ondas de um movimento que já vinha acontecendo, criando ideias revolucionárias com grandes promessas para resolução dos problemas dos homens, impulsionando o liberalismo.
Diante de todo esse levantamento histórico filosófico, aparece o homem sociológico, o qual perdido no meio de questões causadas pela revolução industrial, mas com as bases fundadas dentro de um historicismo de esperanças, move-se em direção a falta de esperanças do pós-modernismo. Desnorteado no meio das promessas que não foram cumpridas, assim como, a desconstrução filosófica de todo um sistema de crenças, o homem encontra-se no meio do nada, em posse de uma liberdade que não sabe o que fazer. Em meio ao tempo que passa rápido, dos espaços que se encurtaram e modificam-se a todo momento, sem a segurança de um futuro previsível, o homem embute em si mesmo, enxergando o outro como um obstáculo, como opositor dos seus desejos e aspirações.
Portanto, esse homem, dito como pós-moderno, rompe com as questões culturais e sociais, estabelece como fronteira os seus próprios limites, culpabiliza-se pelas obrigações que não são suas, tal como, determina o diferente como estranho e algo a ser superado, pois as relações são amorfas, líquidas, e o outro é a culpa de tudo.
*Ângelo Augusto Araújo (angeloaugusto@me.com), médico, pesquisador, doutor em saúde pública e doutorando em Bioética pela Universidade do Porto.
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