Remédios sem eficácia causam mortes e levam pacientes à fila de transplante de fígado; Uso do Kit Covid-19 foi defendido pelo extremista Jair Bolsonaro

Extremista Jair Bolsonaro divulgou medição sem eficácia contra a Covid-19. "Kit covid" é composto pela cloroquina, azitromicina e ivermectina.
Extremista Jair Bolsonaro divulgou medição sem eficácia contra a Covid-19. "Kit covid" é composto pela cloroquina, azitromicina e ivermectina.

Em 4 de fevereiro de 2021, durante uma live, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) comentou o uso da cloroquina no tratamento da covid-19. Segundo Bolsonaro, caso ficasse comprovado que o medicamento não funciona, ele pediria desculpas. “Pelo menos eu não matei ninguém”, completou.

No entanto, o uso de cloroquina, azitromicina e ivermectina, ineficazes contra a covid-19, tem gerado problemas em pacientes. Segundo o Estadão, em São Paulo, cinco pacientes esperam na fila de transplante de fígado pelo uso dos remédios que compõe o “kit covid”. Médicos relatam que três pessoas morreram com hepatite causada pelos medicamentos.

Os profissionais de saúde também têm observado pacientes com hemorragias, insuficiência renal e arritmias decorrentes do uso dos medicamentos do “kit covid”. Médicos relatam que, com o agravamento da pandemia de coronavírus no Brasil, a quantidade de pacientes que usam os remédios sem eficácia também aumentou.

Segundo o Estadão, quatro pacientes foram atendidos no Hospital das Clínicas, da USP, e outro no HC da Unicamp. Segundo Luiz Carneiro D’Albuquerque, chefe de transplantes de órgãos abdominais do HC-USP e professor da universidade, todos chegaram com a pele amarelada e com histórico de uso de ivermectina e antibióticos.

“Quando fazemos os exames no fígado, vemos lesões compatíveis com hepatite medicamentosa. Vemos que esses remédios destruíram os dutos biliares, que é por onde a bile passa para ser eliminada no intestino”, relatou ao jornal.

De acordo com o médico, entre os quatro pacientes colocados na fila para transplante, dois tiveram uma forma mais aguda da doença e morreram mesmo antes de serem operados.

O presidente Jair Bolsonaro defendeu o uso de cloroquina desde o início da pandemia, mesmo sem qualquer comprovação de que era eficaz no tratamento. Com o tempo, estudos mostraram a ineficácia do remédio.

“Pode ser que, lá na frente, falem que a chance é zero, que era um placebo. Tudo bem, me desculpe, tchau. Pelo menos não matei ninguém”, afirmou o presidente. “Agora, se porventura mostrar eficácia, você que criticou, parte da imprensa, vai ser responsabilizada. Pelo menos moralmente. E aí? Vão continuar me chamando de genocida?”, atacou em 4 de fevereiro.

Segundo dados do Conselho Federal de Farmácia, o aumento na venda de unidades de ivermectina de 2019 para 2020 foi de 557%. O mês com mais compras do remédio foi dezembro. Na realidade, o medicamento é indicado para o tratamento de sarna e piolho. O uso no tratamento para a covid foi desaconselhado pela Agênica Europeia de Medicamentos e pela própria farmacêutica, a Merck Sharp&Dhome (MSD).

*Com informações do Yahoo Notícias.


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