Estudo da OMS sobre origem da pandemia é questionado

Especialistas da OMS e da China anunciam conclusões após estudo sobre origem da pandemia em Wuhan.
EUA, Reino Unido e outros países dizem que pesquisa feita na China não traz dados suficientes. China rejeita críticas e diz que pesquisadores tiveram total acesso. Especialistas da OMS e da China anunciam conclusões após estudo sobre origem da pandemia em Wuhan.

O estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a origem da pandemia de covid-19 foi colocado em dúvida por vários países, entre os quais, os Estados Unidos, o Canadá e o Reino Unido. As incertezas também foram compartilhadas pelo próprio chefe da OMS, que diz ser necessário aprofundar a análise.

A pesquisa realizada pela entidade em parceria com a China afirma que a hipótese mais plausível seria a de que transmissão do coronavírus para humanos teria ocorrido a partir de morcegos, através de um outro animal. A possibilidade de o vírus ter vazado de algum laboratório chinês seria “extremamente improvável”.

Entretanto, uma avaliação feita pelos EUA e outros 13 países afirma que não havia dados e amostras suficientes para assegurar as conclusões do estudo, em meio a acusações de que as autoridades chinesas não teriam permitido acesso total aos investigadores.

Os países expressaram apoio aos especialistas e funcionários da OMS e ressaltaram o trabalho “incansável” por eles realizado, mas criticam o fato de o estudo ter sido “significativamente atrasado e de carecer de acesso a dados originais e completos e a amostras”.

Muitos críticos já vinham acusando a China de empregar táticas para retardar os trabalhos e de demorar demais para conceder permissão à equipe de especialistas da OMS para realizar o trabalho no país.

O Departamento de Estado americano afirmou que as 14 nações pedem uma segunda fase da análise e apontaram para a necessidade de ampliar os estudos sobre os animais, de modo a “encontrar os meios de introdução do coronavírus em humanos”.

Além dos EUA, também compartilham do mesmo posicionamento a Austrália, Reino Unido, Canadá, Israel, Japão, Noruega e Coreia do Sul, entre outros

OMS admite falhas e China protesta

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, admitiu que os especialistas encontraram dificuldades para acessar as informações e que o relatório não reuniu evidências suficientes para que fosse possível chegar a conclusões concretas, mas evitou mencionar diretamente a China.

“Não acredito que essa avaliação foi suficientemente extensiva”, afirmou Tedros em carta enviada aos 194 Estados-membros da OMS nesta terça-feira. “Mais dados e estudos serão necessários para chegarmos a conclusões mais robustas.”

“Apesar de a equipe ter chegado à conclusão de que o vazamento de laboratório seria a hipótese menos provável, isso ainda requer investigações mais profundas, potencialmente com missões adicionais com especialistas, as quais, estou pronto para enviar”, afirmou.

O governo chinês rechaçou as críticas e afirmou fez todo o possível para ajudar os pesquisadores. As autoridades do país teriam demonstrado “abertura, transparência, e atitude responsável”.

“Politizar essa questão irá apenas prejudicar seriamente a cooperação global e estudos sobre a origem, ameaçar a cooperação antipandêmica, e custar mais vidas”, disse o Ministério do Exterior chinês, em nota.

*Com informações do DW.


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.