Exposição de Marilene Brito celebra o Dia Internacional dos Museus em Feira de Santana

Museu Casa do Sertão, entidade da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), apresenta parte do seu acervo, através de catálogo virtual da coleção Marilene Brito.
Museu Casa do Sertão, entidade da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), apresenta parte do seu acervo, através de catálogo virtual da coleção Marilene Brito.

Na contemporaneidade os museus são compreendidos como instrumentos democráticos de inclusão sociocultural, de educação e de desenvolvimento local. As coleções museais, por sua capacidade de estimular debates e experiências diferenciadas, constituem-se em recurso de elevado potencial científico, político e cultural, e desta forma, devem ser aproveitadas pelas comunidades em que estão inseridas.

Para celebrar o Dia Internacional dos Museus, o Museu Casa do Sertão da Universidade Estadual de Feira de Santana (MCS/Uefs) apresenta parte do seu acervo, através de catálogo virtual, da coleção Marilene Brito. O acervo do Museu está estritamente relacionado às populações do Nordeste brasileiro e, dessa forma, é de especial interesse tanto no que diz respeito à sua heterogeneidade, quanto pela sua beleza e riqueza, traço marcante da arte popular dessa região.

Ancorado na proposição da 19° Semana de Museus, cujo tema é O futuro dos museus: recuperar e reimaginar, intenta-se o exercício de novas possibilidades museais, circunscritas ao suporte tecnológico virtual de modo a dar continuidade a missão museológica de estímulo à reflexão e apropriação dos bens culturais, fundamentais à sociedade. Essas iniciativas advêm da compreensão de que “o devir museu está ancorado nas possibilidades de compreendê-lo, de pensar, intuir, sentir e agir com ele, de refletir criticamente por ele e com ele. É no aqui e agora que podemos reimaginar, transformar e construir os museus que queremos projetar no amanhã”.

Partilhando deste pensamento, apresentamos o Catálogo com a coleção de esculturas, feitas com papel trançado e a técnica do papel machê, produzidas pela artesã feirense Marilene Brito que retrata os desencantos do homem do campo, a problemática da seca com os retirantes expulsos pela estiagem prolongada. Marilene também contempla a fé, a história e a riqueza cultural, como danças de quadrilha e forró, além de destacar os mitos e lendas que compõem o cenário da cultura popular brasileira, como o Saci Pererê e a Mãe-D’água, Sereia Iara.

A vivência com o atual cenário pandêmico e a iminente necessidade do distanciamento físico, projetam novos desafios para que as instituições museológicas cumpram a missão de estímulo a apropriação de memórias e bens culturais sob sua guarda. Neste sentido que a proposição do Instituto Brasileiro de Museus de celebrar o Dia Internacional dos Museus refletindo sobre o seu futuro, a maneira de ser e estar no mundo, reimaginada pelos avanços e recursos tecnológicos, se esboça como valorosa oportunidade de difundir no espaço virtual, um enfoque sobre o fazer cultural e artístico da artesã feirense Marilene Brito.

Este registro transcende visões simplistas de compartilhamento de conteúdo, com vistas a alçar complexos ideais, como o de se pensar o fenômeno museu de suas portas para fora, do exterior e do interior que o caracteriza. E nos convida a refletir e “enfrentar as barreiras daquilo que está secularmente musealizado, reinterpretar o passado, reparar os erros, rever memórias e reimaginar histórias”.

O presente painel reflexivo sobre a obra de Marilene Brito é fruto de um inusitado intercâmbio entre as peças da artista e o trabalho de pesquisa elaborado pelas estudantes de graduação da Uefs Adrielle Mota, Darlene Moreira e Tayla Carize, bolsistas do Museu Casa do Sertão que sob supervisão da museóloga Joseane Macedo da Silva, buscam nas tessituras legíveis, alçar campos de leituras sensíveis e singulares.


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