Setembro Verde alerta para importância do diagnóstico precoce do câncer colorretal

Aline Mano, cirurgiã colorretal.
Aline Mano, cirurgiã colorretal.

A partir da próxima semana, a Sociedade Brasileira de Coloproctologia dará início ao movimento “Setembro Verde”, cujo objetivo é difundir informações sobre o câncer colorretal, ou seja, tumores que se iniciam na parte do intestino grosso chamada de cólon e no reto. Terceiro mais frequente no mundo e segundo tipo mais comum de câncer no Brasil, a doença possui alta taxa de cura – acima de 80% – quando diagnosticada e tratada precocemente. A estimativa mais recente do Instituto Nacional de Câncer (INCA) é de 41.010 novos casos em 2020, sendo 20.540 em homens e 20.470 em mulheres. Cerca de 70% dos pacientes diagnosticados com o tumor têm mais de 50 anos de idade.

Manter o peso corporal adequado, praticar atividades físicas regularmente, adotar uma alimentação saudável, não fumar ou se expor à fumaça do cigarro são formas de prevenção dos tumores colorretais, os quais, geralmente, surgem a partir de pólipos, lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso. “A realização do exame preventivo de colonoscopia a partir dos 45 anos de idade ou antes, caso haja histórico familiar ou fatores de risco associados, permite identificar esses precursores do tumor ou o próprio câncer em estágio inicial, quando as chances de cura são maiores”, explicou a cirurgiã colorretal Aline Mano, integrante do Robótica Bahia – Assistência Multidisciplinar em Cirurgia.

Entre os principais fatores de risco estão dieta rica em carne vermelha e gorduras e pobre em verduras, legumes e frutas; consumo frequente de álcool; tabagismo; doença inflamatória intestinal; obesidade e sedentarismo; histórico familiar da doença; predisposição genética ao desenvolvimento de doenças crônicas do intestino e idade avançada. O tumor, em geral, é pouco sintomático, mas quando há sintomas, os mais comuns são diarreia frequente ou constipação, mudança no funcionamento intestinal e no formato da fezes, presença de muco e sangue nas fezes, dor abdominal, anemia e perda inexplicada de peso. O câncer colorretal pode ser descoberto em quatro diferentes estágios. A sobrevida em cinco anos é de cerca de 90% para diagnósticos no estágio I e apenas 14% para cânceres diagnosticados no estágio IV, dados que revelam a importância do diagnóstico precoce.

Tratamento

O tratamento desse tipo de tumor baseia-se na remoção cirúrgica da porção intestinal acometida e seus linfonodos de drenagem (gânglios), mas pode haver necessidade de tratamentos adicionais, como radioterapia e/ou quimioterapia pré-operatória e quimioterapia pós-operatória. O objetivo, neste caso, é diminuir a massa tumoral e assegurar, sempre que possível, a preservação do esfíncter, poupando o paciente da chamada colostomia definitiva, ou seja, exteriorização permanente no abdome de uma parte do intestino grosso (cólon) para eliminação de gases e fezes. Os tratamentos também ajudam a reduzir a chance de recidiva (retorno) da doença.

Segundo Aline Mano, a cirurgia pode ser realizada de forma aberta (convencional, com cortes maiores) ou, como preferida atualmente, através de técnicas minimamente invasivas, como a laparoscopia ou a cirurgia robótica. Esta última “agrega benefícios como visão tridimensional e mais nítida, maior precisão, menos riscos de complicações e sangramentos, menor dor no pós-operatório e alta hospitalar mais rápida, especialmente para os casos de maior complexidade, como pacientes obesos ou com tumor de reto”, finalizou a cirurgiã colorretal e colonoscopista do Hospital São Rafael/Rede D’or e da Clínica AMO – Assistência Multidisciplinar em Oncologia.


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