Assolada por hiperinflação, Venezuela corta 6 zeros do bolívar

No oitavo ano consecutivo de recessão, a Venezuela faz nova reconversão monetária e passa a chamar sua desvalorizada moeda nacional de bolívar digital. Chavismo já cortou 14 zeros, recorde na América do Sul.
No oitavo ano consecutivo de recessão, a Venezuela faz nova reconversão monetária e passa a chamar sua desvalorizada moeda nacional de bolívar digital. Chavismo já cortou 14 zeros, recorde na América do Sul.

Em seu oitavo ano consecutivo de recessão, país faz nova reconversão monetária e passa a chamar sua desvalorizada moeda nacional de bolívar digital. Chavismo já cortou 14 zeros, recorde na América do Sul.

Homem conta notas de 50 mil bolívares em Caracas. Venezuela é o segundo país com a hiperinflação mais longa da história

A Venezuela cortou nesta sexta-feira (01/10/2021) seis zeros da sua desvalorizada moeda, o bolívar soberano, que passará a se chamar bolívar digital, em meio a um processo de reconversão monetária.

Com a mudança, que havia sido anunciada em 5 de agosto pelo Banco Central da Venezuela, 1 milhão de bolívares passará a ser 1 bolívar, o equivalente a cerca de R$ 1,30.

O Banco Central da Venezuela vai emitir cédulas de 5, 10, 20, 50 e 100 bolívares digitais, assim como uma moeda de 1 bolívar, a partir desta sexta-feira.

Recordista regional em corte de zeros

Este é o terceiro corte de zeros na moeda nacional em 13 anos, fazendo da Venezuela o país sul-americano que mais removeu zeros de sua moeda. Foram 14 no total. O recorde mundial é do Zimbabué, país que eliminou 25 zeros ao longo de várias reconversões.

Em 2008, sob o então presidente, Hugo Chávez, a Venezuela eliminou três zeros do bolívar e introduziu o bolívar forte. Em 2018, já no governo de Nicolás Maduro, eliminou cinco zeros e lançou o bolívar soberano.

O governo anunciou ainda que pretende que a economia se torne totalmente digital, o que especialistas interpretaram como um passo para evitar a emissão de cédulas que rapidamente perdem valor.

Fracasso econômico

A Venezuela passa pelo oitavo ano consecutivo de recessão e enfrenta uma hiperinflação, que chegou a 3.000% ao ano em 2020 e havia sido de mais de 9.500% no ano anterior. Desde 2013, a economia nacional encolheu 80%.

A maioria dos pagamentos em bolívares é feita por meio de cartão ou transferência bancária, e preços em muitas lojas estão em dólar para evitar as constantes alterações nas etiquetas.

Economistas disseram que o simples corte de zeros, sem estar acompanhado de um plano de disciplina fiscal, não corrige nenhum dos problemas básicos da economia venezuelana.

“É como limpar o chão sem consertar a goteira”, disse o decano da Faculdade de Economia da Universidade Católica Andrés Bello (UCAB), Ronald Balza.

Ele instou o Banco Central e o Instituto Nacional de Estatísticas da Venezuela a divulgarem as estatísticas e o orçamento de Estado e defendeu medidas de disciplina fiscal para travar a inflação e abrir um espaço transparente para os investimentos no país sem secretismo nas contratações públicas.

Para o economista Luís Oliveros, a reconversão em si é uma amostra do fracasso da estratégia anti-inflacionária do governo. Ele lembrou que a Venezuela é o segundo país com a hiperinflação mais longa da história.

*Com informações do DW.


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.