Líbia: Ações contra migrantes e candidatos a asilo causam mortes e milhares de detidos

Centro na capital concentra milhares de pessoas que sofreram ataques, demolição de casas e escaparam da detenção realizada pelas autoridades.
Centro na capital concentra milhares de pessoas que sofreram ataques, demolição de casas e escaparam da detenção realizada pelas autoridades.

A Agência da ONU para os Refugiados, Acnur, anunciou a suspensão de trabalhos na capital da Líbia após a onda de repressão a migrantes e candidatos a asilo.

Em nota publicada esta sexta-feira, em Genebra, a entidade das Nações Unidas pede ao governo líbio que aborde de forma imediata “a terrível situação dos requerentes de asilo e refugiados de uma forma humana e baseada em direitos”.

Prisões

O mês de outubro começou com ataques e prisões arbitrárias pelas autoridades em áreas amplamente povoadas por refugiados e requerentes de asilo. A situação causou “várias mortes, milhares de detidos e muitos desabrigados e indigentes”.

A agência destaca que a situação enfrentada por requentes de asilo e refugiados vulneráveis em Trípoli agravou fortemente desde o início das operações de segurança e prisões.

O enviado especial do Acnur para a Situação do Mediterrâneo Ocidental e Central, Vincent Cochetel, destaca que as autoridades líbias devem “apresentar um plano adequado que respeite seus direitos e identifique soluções duradouras”.

Até esta sexta-feira, havia cerca de 3 mil pessoas abrigadas fora do Centro de Dia da Comunidade, CDC, em Trípoli. No local, a agência da ONU e seus parceiros fornecem assistência médica e outros serviços.

Esperança

A situação das vítimas é descrita como sendo “muito precária”. Muitas foram afetadas por ações como ataques, demolição de casas e escaparam da detenção em condições terríveis. Outras se juntaram ao grupo na esperança de serem evacuadas.

Cochetel ressalta que “muitos ficaram desabrigados e perderam todos os seus pertences como resultado da operação de segurança e agora estão dormindo no frio e em um ambiente muito inseguro. Isso é totalmente inaceitável”.

A interrupção dos serviços do Acnur e parceiros se deveu a razões de segurança e proteção. A agência destaca que estes atores continuam engajados em um diálogo ativo com representantes dos manifestantes fora do CDC para explicar a natureza do auxílio que pode ser oferecido, incluindo dinheiro e assistência alimentar.

Sofrimento

Há também coordenação com agências da ONU para apoio a um plano de ação urgente que pode ajudar a aliviar o terrível sofrimento de solicitantes de refúgio e refugiados na Líbia.

A solicitação feita às autoridades é que “respeitem os direitos humanos e a dignidade dos requerentes de asilo e refugiados, acabem com a prisão arbitrária e libertem os detidos”.

O Acnur elogiou o anúncio da retomada de voos de evacuação humanitária, mas alerta que não é uma medida suficiente. Para a agência também deve ser reconhecido que a medida “beneficia apenas um número limitado de pessoas.”

*Com informações da ONU News.


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