Evitar colapso ambiental requer US$ 285 bilhões anuais do G20 nas próximas décadas

Relatório do Pnuma afirma que investimento das principais economias é de apenas US$ 120 bilhões por ano.
Relatório do Pnuma afirma que investimento das principais economias é de apenas US$ 120 bilhões por ano.

Os investimentos dos países do G20 em soluções baseadas na natureza, as NbS, precisam atingir US$ 285 bilhões por ano até 2050 para lidar com crises de clima, biodiversidade e degradação da terra.

Estas são as conclusões de uma nova publicação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, PNUMA. Ainda segundo o estudo, o grupo de países investe apenas US$ 120 bilhões anualmente.

Mais investimento

A análise foi liderada pelo Pnuma, em parceria com o Fórum Econômico Mundial e outras entidades. O estudo também considerou dados do relatório global da agência da ONU sobre o assunto, divulgado em 2021.

No documento do último ano, os resultados apontavam que seria necessário um investimento de US$ 4,1 trilhões em soluções baseadas na natureza entre 2020 e 2050.

No total, os investimentos anuais do G20 NbS precisam aumentar em pelo menos 140% para cumprir todas as metas acordadas de biodiversidade, restauração de terras e clima até 2050.

Assim, além dos valores sugeridos, seria necessário um adicional de US$ 165 bilhões por ano, especialmente em ajudas oficiais ao desenvolvimento e gastos do setor privado.

O Pnuma exemplifica que, dos mais de US$ 14,6 trilhões foram gastos pelas 50 principais economias em 2020 com a crise de Covid-19, apenas US$ 368 bilhões, ou 2%, foram considerados ‘verdes’.

Engajamento global

De acordo com o relatório, além dos aportes do G20, o nível de investimento global futuro em NbS precisa quadruplicar até 2050. O valor equivale a um investimento anual de mais de US$ 536 bilhões por ano.

As necessidades futuras de investimento das economias mais ricas respondem por aproximadamente 40% desse investimento global total em 2050.

O Pnuma afirma que os países do G20 têm capacidade para atender a essa necessidade, pois realizam a maior parte da atividade econômica e financeira global com margem de manobra fiscal.

O relatório enfatiza a necessidade das nações do grupo adotarem seu papel como agentes influentes de mudança e alinharem o desenvolvimento e a recuperação econômica com a natureza internacional e as metas climáticas.

Conclusões

Para o diretor do Fórum Econômico Mundial para Soluções Baseadas na Natureza, Justin Adams, a crise climática e da natureza são dois lados da mesma moeda.

Ele adiciona que não será possível fazer mudanças se os modelos econômicos e sistemas de mercado não forem alterados de forma a aproveitar todo o valor da natureza.

O relatório também pede aos países do G20 que aproveitem as oportunidades para aumentar o investimento em nações que não fazem parte do grupo, o que muitas vezes pode ser mais econômico e eficiente.

O estudo conclui que os governos precisam “recuperar melhor” após a pandemia.

Entre as sugestões, o texto aponta que muitos países desenvolvidos podem tomar empréstimos baratos nos mercados de capitais internacionais. Assim, eles precisam vincular “condições naturais e climáticas” ao fornecer estímulo fiscal a setores em suas economias para que as metas internacionais de biodiversidade, clima e degradação da terra sejam cumpridas.

Por fim, a agência da ONU reafirma que as nações do G20 têm a capacidade e os meios para dar o exemplo.

*Com informações da ONU News.


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