Estreia nesta sexta-feira (04/03/2022), às 20 horas, na plataforma (YouTube.com/mulherdebigodefilmes), o documentário “DEBAIXO DAS LONAS tudo é mais bonito!”. A obra cinematográfica projeta luz para as culturas e tradições do povo cigano e circense ao descortinar a história de Irisma Fernandes, mais conhecida como “Tati, à Cigana”. Pertencente a etnia “Calon”, a artista da terceira geração dos Fernandes – uma das maiores e mais tradicionais famílias Ciganas e Circenses do Brasil – viveu itinerante em mais de vinte circos, passando por diversos estados brasileiros, até que para assegurar a formação escolar das filhas abdicou da vida nos circos e fixou acampamento na comunidade “Umburaninha”, povoado “Crenguenhem”, na região de Tucano-Bahia/Território Identitário do SISAL, onde as cenas foram gravadas.
Filha primogênita dentre seis, Irisma Fernandes assumiu grandes responsabilidades após a morte precoce do pai – Roy Rogeres Fernandes, assassinado aos 33 anos, durante o espetáculo de matinê do Circo Mexicano. A ela coube manter e repassar as tradições ciganas e circenses aprendidas com o pai, avós, tios e tias para os seus irmãos: Liberta Lamarks, Luanna Marylack, Roy Rogeres Filho, Kimberly Maclaynny e Keôma Kewwynny, e para os filhos: Igor Matheus, Jeniffer e Yasmynny Fernandes, além dos netos e netas.
Em seu itinerário, atuou debaixo das donas dos circos Arte Palácio, Mexicano, Circo D ́Líbano, Circo Porto Rico; Circo Los Campelos, Circo D’ Itália, Norte Americano, Circo Santini, Real Plaza, Circo do Palhaço Repolho, Circo Big Brother, Miraculous, Circo do Palhaço Fuxiquinho, Espacial, Circo Irmãos Fernandes, Circo Real Estrelar, dentre outros, até concretizar o sonho de ter o próprio circo, o “Koliseu”, percorrendo centenas de cidades do Brasil em quase todos os Estados.
Em formato de curta/médio, o documentário tem duração de 35 minutos, e ganhou vida por meio de parceria com a produtora “Mulher de Bigode Filmes”. Premiado com a maior pontuação do território identitário do SISAL, o filme quer contribuir no combate ao preconceito, e a propagação de estereótipos atribuídos aos povos ciganos, especialmente, os de tradição circense, a fim de valorizar e ressaltar os aspectos positivos destas culturas.
Assina o roteiro e a direção o cigano da etnia calon, jornalista e pesquisador Roy Rogeres Fernandes Filho. A montagem, edição e direção de fotografia são ofícios da cineasta e pesquisadora Letícia Ribeiro. O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura (Prêmio Cultura na Palma da Mão/PPAB) via Lei Aldir Blanc, redirecionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.
Combate ao racismo/anticiganismo e à ciganofobia
A proposta do audiovisual é contribuir no combate ao racismo, preconceitos e a propagação de estereótipos atribuídos aos povos ciganos, especialmente de tradição circense, afim de valorizar e ressaltar os aspectos positivos destas culturas, visto que geralmente são retratados de formas romantizadas e inconsistentes com as questões insurgentes que apresentam, bem como para que imagens positivas possam reluzir. Além de preservar as memórias e tradições de ambas culturas milenares, e desqualificar narrativas preconceituosas e desrespeitosas referentes aos ciganos.
O filme quer proporcionar conhecimento e informações acerca das culturas e tradições ciganas – circenses, uma vez que que os/as ciganos/as são historicamente vítimas de opressão, silenciamentos, violências, invisibilidade e perseguições, além de corroborar para o reconhecimento das cidadanias ciganas e circenses no Estado, com o intuito de fortalecer movimentos, coletivos e formas de ativismos entre as pessoas de comunidades tradicionais, cooperar nas lutas contra a ciganofobia, em direção da inclusão social, cidadania e respeito para as ciganas (os), assim como dialogar sobre as singularidades do nomadismo circense, às diásporas ciganas, as experiências e os principais desafios da vida de uma mulher cigana nos circos, a fim de cooperar com o rompimento de barreiras identitárias, e impulsionar a participação e a representatividade das pessoas de etnias ciganas nos espaços de formação cultural e de cidadania da Bahia.
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