Auditores-Fiscais do Trabalho criticam decisão da justiça sobre Chacina Unaí

Decisão judicial sobre a Chacina Unaí gera protesto de Auditores-Fiscais do Trabalho.
Decisão judicial sobre a Chacina Unaí gera protesto de Auditores-Fiscais do Trabalho.

Após quatro dias de julgamento, na noite desta sexta-feira (27/05/2022), a Justiça Federal (TRF1), em Belo Horizonte, decidiu pela condenação a 64 anos do ex-prefeito de Unaí, Antério Mânica, mandante da Chacina de Unaí. O responsável pelo crime que  vitimou três Auditores-Fiscais do Trabalho e um motorista que atuavam em uma ação Inspeção do Trabalho em 2004 poderá recorrer em liberdade. A sentença foi considerada branda e criticada pelo Sindicato dos Auditores Fiscais do Trabalho (SAFITEBA).

Durante os debates finais entre a acusação e a defesa,  os sete jurados sorteados assistiram à apresentação dos vídeos que estão no processo e escutaram os  depoimentos das testemunhas, entre eles, as viúvas das vítimas e Erivaldo de Vasconcelos, assassino confesso que, confirmou a presença de Antério Mânica em uma reunião, onde foi selado o destino dos auditores fiscais e do motorista. Os AFTs fizeram vigília  em frente ao prédio da Justiça Federal e, de  mãos dadas, recitaram o nome de cada uma das vítimas, clamando  por justiça.

O presidente do SAFITEBA, Mário Diniz, comentou  a decisão da justiça reafirmando a importância da união da categoria para que este crime não fique impune. “Estamos indignados. Mesmo após dezoito anos desse crime brutal, que tirou a vida de servidores públicos que atuavam para garantir condições dignas aos trabalhadores do campo, houve a possibilidade do mandante recorrer em liberdade e um risco real do crime prescrever enquanto o responsável segue em liberdade. Seguiremos na luta, mesmo que tardia”.

A Chacina de Unaí

Em 28 de janeiro de 2004, Eratóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva foram assassinados a tiros em uma emboscada quando investigavam condições análogas à escravidão na zona rural de Unaí,no Estado de Minas Gerais incluindo as propriedades da família Mânica. O motorista Ailton Pereira de Oliveira, que acompanhava o grupo, também foi morto. O fazendeiro e ex-prefeito de Unaí, Antério Mânica,  foi  acusado de ser o mandante da execução.

As primeiras condenações envolvendo o caso só aconteceram em 2013, uma década após os assassinatos. Na ocasião, três pessoas — Rogério Alan, Erinaldo Silva e William Gomes — acusadas de serem “pistoleiros”, foram condenadas a penas que, juntas, somam 226 anos de prisão.


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