Fome cresceu mais de 20% no mundo e atinge 193 milhões de pessoas

Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique na lista de nações com insegurança alimentar.
Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique na lista de nações com insegurança alimentar.

O número de pessoas enfrentando níveis de crise de fome ou em pior situação aumentou em 40 milhões no ano passado.

O total está 22% acima do recorde registrado no ano anterior, segundo o relatório da Rede Global Contra Crises Alimentares publicado esta quarta-feira (04/05/2022).

Conflito

A aliança integrando ONGs, as Nações Unidas e a União Europeia alerta que a guerra na Ucrânia poderá piorar um cenário que já se vinha agravando a um ritmo alarmante bem antes do conflito com a Rússia.

A nova publicação destaca que 193 milhões de pessoas enfrentaram “segurança alimentar aguda” em 53 países ou territórios no ano passado.

A realidade de meio milhão de pessoas requer ações maior urgência para evitar a fome e a morte em países como Etiópia, Madagascar, Sudão do Sul e Iêmen.

Uma das constatações é que o mundo segue em direção errada, com uma alta da fome constante observada em 39 dos países ou territórios avaliados desde 2018.

Tendência

Apesar do aumento em 22% de pessoas passando fome, a tendência geral de piora continua.

O estudo destaca que a guerra é o principal motor da fome, acompanhada de mudanças climáticas e choques econômicos.

Em apelo à comunidade internacional, o secretário-geral da ONU pediu ação imediata.

António Guterres destaca que a sexta edição do relatório global deve abalar o mundo que já enfrenta uma fome em uma escala sem precedentes, recordes de preços dos alimentos e milhões de vidas e meios de subsistência que estão em jogo.

Fome global

O chefe da ONU destacou que o “conflito ucraniano é mais um peso na crise tridimensional de alimentos, energia e finanças com impactos arrasadores sobre pessoas e países mais vulneráveis ​​do mundo e suas economias”.

Para uma mudança de rumo, Guterres destaca as oportunidades oferecidas pela Agenda 2030, a Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU e a criação do Corredor de Coordenação de Sistemas Alimentares em Roma.

Para o chefe das Nações Unidas estes são os primeiros passos para evitar grandes aumentos fome global e acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e promover a agricultura sustentável.

Já a comissária da União Europeia de Parcerias Internacionais, Jutta Urpilainen, declarou que “a invasão da Ucrânia pela Rússia põe em risco a segurança alimentar global”.

Lusófonos

A representante apelou para a atuação global “para evitar a maior crise alimentar da história e a agitação social, econômica e política que pode se seguir”.

Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique são os lusófonos na lista com maiores números de afetados pela insegurança alimentar aguda nos últimos dois anos.

Em território angolano houve mais de 1 milhão de pessoas com fome que se agregou aos 35 milhões que passaram a enfrenar crise ou pior situação em um quinquénio.

Entre os eventos extremos que prejudicaram a situação alimentar em Moçambique estão tempestades tropicais, chuvas torrenciais e inundações.

Insegurança

Cabo Verde registou o quinto ano consecutivo sem produção agrícola significativa, tal como aconteceu em diversas nações do Sahel.

O país está entre 41 nações e territórios incluídos no relatório onde entre 179 milhões e 181 milhões de pessoas devem estar em crise alimentar este ano.

Guiné-Bissau vem mencionada no estudo pelos níveis de problemas de crescimento infantil próximos do limiar maior ou igual a 30% definido pela Organização Mundial da Saúde.

*Com informações da ONU News.


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.