Mulheres com HIV no Brasil melhoram renda fazendo bonecas de pano

Iniciativa criada durante a pandemia da Covid-19 já chega a 35 empreendedoras no país.
Iniciativa criada durante a pandemia da Covid-19 já chega a 35 empreendedoras no país.

Iranilde Pereira Fonseca e Michele Almeida juntaram-se num projeto de geração de renda para mulheres que vivem com HIV no Brasil. Elas fazem bonecas de pano para vender, um talento adquirido ainda na infância quando colecionavam pedaços de pano para fazer vestidos para as bonecas que tinham em casa.

Hoje, várias décadas depois, elas estão liderando uma iniciativa apoiada pela organização não-governamental, Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas, que é parte do Fundo Solidariedade do Unaids, o programa da ONU sobre HIV/Aids.

Setor informal

Durante a pandemia, muitas famílias chefiadas por mulheres ficaram sem sustento. Muitas trabalhavam no setor informal e não tiveram como gerar dinheiro. Hoje, o projeto com bonecas de pano já conta com 35 empreendedoras pelo Brasil.

Elas treinam as artesãs em técnicas de produção, empreendedorismo e a venda das bonecas. O produto é confeccionado desde o início. Durante a crise de saúde da Covid-19, muitas mulheres, de várias partes do Brasil, foram treinadas a distância.

No grupo inicial, 28 mulheres já estão vendendo as bonecas de pano, de forma independente. O Fundo Solidariedade do Unaids foi lançado em 2020 para apoiar as atividades empreendedoras lideradas por pessoas que vivem com HIV e populações de risco.

Redes sociais

Michele Almeida concorda com a importância da conexão e do suporte mútuo. Ela conta que vende as bonecas para amigos, parentes e também pelas redes sociais.

A pandemia teve um impacto ainda maior sobre as mulheres no Brasil e afetou setores como indústria hoteleira, setor de alimentos, beleza e de serviços, onde as mulheres são a maioria dos funcionários.

Em 2020, com a falta de empregos nessas áreas, a participação das mulheres na força de trabalho chegou a menos de 45%.

Mercado de trabalho

A secretária de comunicação e coordenadora da iniciativa Mulher Empreendedora, Fabiana Oliveira, afirma que o trabalho foi muito importante para as soropositivas que não conseguiam acessar o mercado de trabalho. Muitas tiveram que enfrentar situações de violência e lidar com a interrupção de serviços especializados de saúde.

A diretora do Unaids no Brasil, Claudia Velásquez lembrou que o Fundo Solidariedade lembra que as mulheres vivendo com HIV sofreram uma grande baixa na renda por causa da pandemia, e agora podem ter acesso ao próprio dinheiro com a venda das bonecas.

*Com informações da ONU News.


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