IGHB homenageia Cachoeira pelo transcurso do Bicentenário do 25 de junho

Instituto Geográfico e Histórico da Bahia vai homenagear a cidade de Cachoeira pelo transcurso do Bicentenário de sua data magna.
Instituto Geográfico e Histórico da Bahia vai homenagear a cidade de Cachoeira pelo transcurso do Bicentenário de sua data magna.

O Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), instituição que há 128 anos cultiva e preserva a memória histórica da Bahia, vai homenagear a cidade de Cachoeira pelo transcurso do Bicentenário de sua data magna, o “25 de junho”. O evento comemorativo será realizado na próxima segunda-feira (25/07/2022), às 16 horas, e constará de uma sessão, na qual o historiador cachoeirano Igor Almeida vai falar do episódio do “25 de junho”, com ênfase na figura do “Tambor Soledade”. Após a palestra haverá um debate.

No dia 25 de Junho de 1822, a então Vila de Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira aclamou o Príncipe Dom Pedro de Alcântara Regente Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil. Tal medida era contrária às   Cortes de Lisboa, que pretendiam recolonizar o Brasil e representava a adesão da vila, a mais populosa e importante da Bahia na época, ao governo regencial de Dom Pedro, no Rio de Janeiro.

Naquele contexto histórico, aclamar Dom Pedro significava aderir ao seu governo, no Rio de Janeiro, e dizer não às Cortes de Lisboa, que estava aprovando uma série de medidas que visavam a recolonização do Brasil. Por isso naquele mesmo dia a vila foi bombardeada por uma barca canhoneira portuguesa ancorada no Rio Paraguaçu, dando início, três meses antes do 7 de setembro, à Guerra pela Independência, que somente foi concluída um ano depois, no 2 de Julho. Manoel da Silva Soledade ficou ferido no ataque. Ele tocava tambor, acompanhando o desfile que os cachoeiranos realizavam após o Te Deum, solenidade religiosa em ação de graças pela aclamação de Dom Pedro.

A figura do “Tambor Soledade”, o único negro presente na iconografia da Guerra pela Independência – embora centenas deles, incluindo escravizados, tivessem participado do conflito – ocupa o primeiro plano do célebre quadro “O Primeiro Passo para a Independência”, do pintor fluminense Antonio Parreiras (1860-1937). Na cena recriada pelo artista, o povo, militares e representantes do clero, reunidos na praça aprovam a decisão do Senado da Câmara. Da janela do prédio os vereadores hasteiam a bandeira do Brasil após a consulta à multidão.

Pesquisa

Igor Roberto de Almeida concluiu o Mestrado pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB) com a dissertação “Manoel da Silva Soledade: a emblemática figura do 25 de Junho”. Ele vai traçar um perfil biográfico do personagem que, durante algum tempo teve a sua existência questionada por pesquisadores sob a alegação de haver escassas referências sobre esse herói em livros e documentos da época. Apenas o historiador Aristides Milton (1848-1904), em Efemérides Cachoeiranas, publicado em 1903, o cita embora não acrescentando dados completos. Mas o jovem historiador cachoeirano, em pesquisas recentes junto ao Arquivo Público de Cachoeira (APC) e cartórios da cidade, comprovou documentalmente a existência do “Tambor Soledade”, trazendo novas e instigantes informações sobre ele.


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