Após ataque terrorista, saída da Turquia da OTAN se torna relevante, sugere analista; Possível envolvimento dos EUA é levantado

Suleyman Soylu: Me parece que as condolências expressas hoje pelos EUA podem ser encaradas como se um assassino fosse um dos primeiros a chegar à cena do atentado terrorista.
Suleyman Soylu: Me parece que as condolências expressas hoje pelos EUA podem ser encaradas como se um assassino fosse um dos primeiros a chegar à cena do atentado terrorista.

Saída da Turquia da OTAN se torna relevante à luz do recente ataque terrorista em Istambul, declarou o historiador e analista turco Mehmet Perincek.

No domingo (13/11/2022) na rua turística Istiklal, no centro de Istambul, ocorreu uma explosão causadora da morte de seis pessoas e no ferimento de outros 81 indivíduos.

A mulher suspeita de perpetrar o ataque foi detida, tendo ela confessado ter ligações com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), banido na Turquia.

O chefe do Ministério do Interior turco, Suleyman Soylu, disse suspeitar que o ataque tivesse sido ordenado da cidade fronteiriça síria de Kobani e que a perpetradora tivesse atravessado o território turco através da cidade de Afrin. Soylu afirmou na segunda-feira (14) que as autoridades de seu país não aceitam as condolências da embaixada dos EUA em conexão com o ataque.

“É claro que os EUA estão por trás do ataque em Istambul e Washington apoia abertamente a organização terrorista PKK. Lá é distribuído o orçamento para o PKK, sendo as decisões tomadas no próprio Senado [norte-americano]. Não há dúvidas de que os EUA treinaram esses terroristas. EUA ameaçam a Turquia no Mediterrâneo Oriental e querem quebrar a resistência da Turquia aqui através de tais atos terroristas”, observou o especialista.

Ele recordou a recente decisão da Organização dos Estados Túrquicos, na qual foi admitida a República Turca do Chipre do Norte como Estado observador.

“É um elemento que pode alterar o equilíbrio no Mediterrâneo Oriental, o que provoca muito desconforto a Washington. Os EUA estão desconfortáveis com as relações turco-russas na economia, energia e política. O incumprimento pela Turquia das sanções impostas à Rússia e o fato de que as relações econômicas da Turquia e Rússia receberam muito mais impulso são uma grande ameaça para os planos dos EUA na região”, salientou Perincek.

Para o historiador, Ancara deve dar respostas sérias a esses ataques.

“A Turquia não pode eliminar essas ameaças contra si mesma permanecendo dentro do sistema da OTAN. Nesse sentido, a retirada da Turquia da OTAN é uma questão relevante e está ligada à segurança da Turquia”, opina o especialista.

Turquia recusa condolências dos EUA por ato terrorista

Nesta segunda-feira (14), o ministro do Interior da Turquia, Suleyman Soylu, criticou duramente as condolências de Washington pelo atentado terrorista ocorrido no domingo (13), no centro de Istambul.

De acordo com o ministro, a Turquia sabe quem coordenou o ataque terrorista em Istambul e, por isso, não aceitará as condolências dos EUA.

“Sabemos quem coordenou o ataque. Obtivemos dados em uma mensagem e sabemos quem esteve por trás. Não aceitamos as condolências da embaixada americana […] Se não pegássemos o agressor, ele fugiria para a Grécia”, declarou.

O ministro observou que “a falta de sinceridade dos chamados ‘aliados’ é particularmente evidente”, já que financiam os terroristas e os escondem em seus países.

“Me parece que as condolências expressas hoje pelos EUA podem ser encaradas como se um assassino fosse um dos primeiros a chegar à cena do atentado terrorista. A resposta à mensagem será muito clara, espero que em um futuro muito próximo”, declarou.

O atentado ocorreu no domingo (13), no centro de Istambul, deixando pelo menos seis mortos e 81 feridos. Posteriormente, a polícia turca deteve uma pessoa suspeita de colocar a bomba que explodiu no centro da cidade, dando a entender que as autoridades suspeitam que o Partido dos Trabalhadores do Curdistão e o Partido da União Democrata, considerados por Ancara organizações terroristas, poderiam ter estado por trás do atentado.

No passado, Ancara acusou os Estados Unidos de fornecerem armas e treinamento ao grupo terrorista no norte da Síria.

*Com informações da Sputnik Brasil.


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