Presidente eleito Lula enfrenta transição mais difícil do que o esperado, afirma jornal francês

Presidente eleito Lula, em discurso na COP27.
Presidente eleito Lula, em discurso na COP27.

Enquanto a presença de Lula causou esperança e entusiasmo na COP 27, no Egito, no plano interno, o futuro presidente enfrenta uma transição mais difícil do que o esperado, de acordo com o jornal Le Monde desta sexta-feira (18/11/2022). O petista também tem que se explicar sobre a polêmica ida em jato privado para Sharm el-Sheik.

“Tudo tinha começado bem”, afirma o Le Monde e foram necessários apenas alguns dias para formar o gabinete de transição. Mas os “lulistas” rapidamente se deram conta da realidade: “é a transição mais difícil desde o fim da ditadura militar em 1985”, de acordo com um dos coordenadores do processo, citados pelo Le Monde.

“Não são todos os ministérios que querem colaborar. Alguns estão claramente atrapalhando o processo”, afirma a fonte que preferiu não se identificar e acusa, principalmente, a pasta da Família e dos Direitos Humanos, “reduto dos evangélicos radicais”.

O jornal também cita as tensões causadas pela batalha por ministérios dentro da coalizão que venceu as eleições. Para obter maioria no Congresso, lembra o jornal, Lula teve que aumentar ainda mais o número de partidos aliados, A coalizão pode ter até 14 formações políticas, da direita à esquerda radical.

A “armadilha” do orçamento e o jatinho

O Le Monde menciona o orçamento como a primeira “armadilha” para a transição e destaca o objetivo do futuro presidente de rever o teto de gastos para garantir benefícios sociais.

A viagem a Sharm el-Sheikh para a COP 27, diz o jornal, também acabou se tornando um problema para Lula. O futuro presidente foi ao Egito a bordo do jato privado do empresário José Seripiere Filho, que atua no ramo da corretagem de planos de saúde, o que acabou ofuscando o discurso do petista na Conferência do Clima, que foi bastante aplaudido.

De acordo com Le Monde, o caso é desastroso por diversas razões. A primeira é a de um defensor do meio ambiente que viaja em um jet privado. A segunda, e principal, é que a atitude do presidente eleito dá a impressão de que ele usufrui de “presentes” recebidos de amigos ricos.

Seripieri Filho tem um patrimônio avaliado em mais de R$ 1 bilhão e um passado polêmico. Em 2020, ele foi preso por financiamento ilegal de campanha eleitoral e liberado após pagar uma multa de R$ 200 milhões.

*Com informações da RFI.


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