Líder do Ranking FIFA/Coca-Cola, a Seleção Brasileira vai ao Qatar bastante renovada em relação ao time que foi eliminado pela Bélgica nas quartas de final quatro anos atrás: mais da metade daquele elenco deve ser trocada.
De todo modo, o ponto mais relevante aqui não é apenas a mudança de nomes, mas, principalmente, da mentalidade. É uma Seleção mais arrojada, que absorveu o talento de diversos jovens atacantes neste ciclo. Jogadores que saíram cedo do país e não tiveram dificuldade para se estabelecer em grandes clubes e grandes ligas da Europa.
Estamos falando de Vinícius Júnior, Antony, Raphinha, Rodrygo, entre outros – muitos deles adolescentes em 2018, ainda iniciando suas carreiras profissionais. Uma turma que ajuda a tirar o peso das costas de Neymar como força criativa na Copa do Mundo FIFA.
“A Seleção tinha resultados, solidez, mas faltava pitada de impetuosidade e de criatividade que esses jogadores trouxeram”, afirma Tite. O técnico abraçou essa nova geração rapidamente e, agora, vai ter uma dor de cabeça para definir o grupo final – mesmo com a possibilidade de elaborar uma lista estendida de 26 nomes.
Sua equipe fez a melhor campanha da história das Eliminatórias Sul-Americanas, com 14 vitórias, 3 empates e nenhuma derrota, tendo marcado 40 gols e sofrido apenas cinco. E agora espera ir muito mais longe na Copa.
Tabela do Brasil no Grupo G
24 de novembro
- Brasil x Sérvia (22h00 no horário local, Estádio Khalifa International)
28 de novembro
- Brasil x Suíça (19h00 no horário local, Estádio Al Bayt)
2 de outubro
- Camarões x Brasil (22h00 no horário local, Estádio Ahmad bin Ali)
Os planos e a tática de Tite
Tite é o primeiro treinador a dirigir a Seleção em duas Copas consecutivas, de modo ininterrupto, desde a dobradinha de Zagallo em 1970 e 74 – Telê Santana esteve em 1982 e 86, mas chegou a deixar o cargo no meio do caminho. Isso é algo que evidencia a credibilidade que o profissional de 61 anos construiu principalmente em seus tempos de Corinthians, num país que vem abrindo cada vez mais espaço para técnicos estrangeiros em seus clubes.
Também pudera: ainda que as derrotas para a Bélgica nas quartas de final da Rússia 2018 e para a Argentina na final da Copa América 2021 sejam dolorosas, no geral o treinador guiou a Seleção a um período de excelência. Ele comandou o time em 76 partidas, com 58 vitórias, 13 empates e cinco reveses rumo Qatar.
Nos últimos dez anos, o técnico vem gradativamente expandindo seu repertório tático, enquanto se firmou com uma liderança admirada por veteranos e pelos mais jovens. De 2018 para cá, a Seleção ganhou em variações, testando no penúltimo amistoso, contra Gana, a mais recente delas: uma formação com um 4-3-3 que, com a bola, podendo se transformar até mesmo num 3-2-5, para acomodar a farta oferta ofensiva a seu dispor.
Esse recurso, de todo modo, deve ser algo para momentos extremos. É de se esperar um 4-3-3, com Neymar atuando como um meia com plena liberdade para circular pelo campo, dependendo do adversário e da dinâmica de cada partida. É provável também que um dos laterais assuma a função de armador/meio-campista para reforçar a articulação e troca de passes, uma vez que as duas faixas laterais já estarão ocupadas por pontas bem abertos.
O Brasil tem um time relativamente baixo, que pretende vencer seus adversários com controle de bola, habilidade e velocidade.
Jogador-chave: Neymar
De 2011, quando estreou pela Seleção, para 2022, muita coisa mudou na vida de Neymar. Mas ainda existe uma constante: ele segue carregando a esperança de milhões a cada jogada imprevisível.
Aos 30 anos, o jogador já se permite fazer reflexões sobre legado e o futuro com a Seleção Brasileira, ainda com duas ambições para serem riscadas em longa lista: ganhar a Copa e ser eleito o melhor do mundo. O Qatar 2022 parece a oportunidade perfeita para resolver duas questões de uma vez só.
Neymar venceu praticamente tudo o que disputou. Falta realmente a Copa. Dessa vez ele pode contar com mais ajuda e, conforme registrado acima, em outro papel também. Espera-se gols e jogadas estonteantes de Neymar – sempre –, mas o torcedor pode também apreciar a clarividência de seu jogo como armador, a facilidade no toque da bola e a possibilidade de, vindo de trás, mesmo sendo um grande alvo, chegar como elemento-surpresa na área para finalizar.
Fique de olho: Vinícius Júnior
O jogador que se acostumou a levantar a torcida no Santiago Bernabéu não tem vaga assegurada como titular da Seleção. O time está repleto de jogadores talentosos, e Tite está sempre pensando ajustes para encontrar o melhor encaixe em busca de um futebol ofensivo e, ao mesmo tempo, equilibrado.
Agora, a cada mês que faz das suas barbaridades em Madri, Vini Jr. ganha pontos, lobby, confiança e cancha para ganhar mais minutos com a “Amarelinha”. Seja com ele em campo a partir do apito inicial ou saindo do banco, a Seleção sabe que tem no jogador de 22 anos alguém capaz de desequilibrar uma partida, de desmontar uma defesa num piscar de olhos.
História do Brasil na Copa do Mundo
Embora não dispute a final do torneio desde a conquista do pentacampeonato em 2002, a Seleção ainda segue isolada como a maior vencedora das Copas. Mas também viu Alemanha e Itália encurtarem a distância neste período. Por outro lado, o Brasil chegou no mínimo à fase de quartas de final em todas as edições de 1994 para cá.
*Com informações da FIFA.
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