Balança Comercial: Indústria química registra déficit de US$ 63 bilhões em 2022; Política de desinvestimento do Governo Bolsonaro ampliou desindustrialização do Brasil 

Setor químico do Brasil é afetado por desindustrialização.
Setor químico do Brasil é afetado por desindustrialização.

O déficit na balança comercial de produtos químicos totalizou US$ 63 bilhões em 2022. O valor é o dobro do registrado em 2019, período anterior à pandemia de Covid-19, quando o déficit foi de US$ 31,5 bilhões, segundo a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). O total também superou o recorde de US$ 46,2 bilhões estabelecido em 2021.

Para a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna, o Brasil precisa de políticas públicas para aumentar a competitividade da indústria.

“Temos uma questão estrutural, temos que resolver alguns problemas relacionados ao Custo Brasil, em especial, o custo das matérias-primas, energia. Mas, sobretudo, precisamos que o governo coloque um olhar sobre a indústria nacional, pense em políticas de longo prazo, políticas de Estado que devolvam a competitividade ao setor e que atraiam investimentos”, pontua.

O setor químico é responsável por fornecer insumos essenciais para diversas atividades econômicas, como agropecuária, transporte, construção civil, saúde e higiene.

Quando as importações superam o valor das exportações, significa que a balança comercial apresentou um déficit. É o caso da indústria química. Em 2022, o Brasil importou US$ 80,3 bilhões em produtos químicos, recorde da série histórica iniciada em 1989. Esse valor total equivale à aquisição de 57,4 milhões de toneladas de produtos. Por outro lado, as exportações registraram um total de US$ 17,3 bilhões.

Apesar de um crescimento de 19,5% na comparação com 2021, o montante exportado é bem inferior ao total de importações. De acordo com a Abiquim, em termos de quantidades físicas, foram movimentadas 15,6 milhões de toneladas para os mercados de destino, redução de 3,4%, tendo reduções consideráveis nos volumes exportados de aditivos de uso industrial (-15,7%), de produtos petroquímicos básicos (-30,8%) e de resinas termoplásticas (-2,4%).

Na comparação com outros mercados, o país registrou superávit em relação a países vizinhos na América Latina. Mas ficou bem atrás de América do Norte e União Europeia que, juntas, somaram um déficit aproximado de US$ 25 bilhões enquanto na Ásia o valor foi de US$ 22 bilhões.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o saldo comercial brasileiro em 2022 foi de US$ 62,3 bilhões. O país exportou US$ 335 bilhões e importou US$ 272 bilhões. Os dados apontam que o setor agropecuário teve o maior crescimento no ano no valor exportado. A Indústria de Transformação também teve aumento. Já a Indústria Extrativa apresentou redução do valor exportado.


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