A Assembleia Geral das Nações Unidas adotou na última sexta-feira (30/12/2022) uma resolução pedindo à Corte Internacional de Justiça que determine “as consequências legais” da ocupação israelense dos territórios palestinos, um dia após a posse do governo mais à direita da história de Israel. Uma votação saudada pela Autoridade Palestina, enquanto o embaixador israelense denuncia uma “mancha moral na ONU”.
A resolução foi aprovada com 87 votos a favor, 26 contra e 53 abstenções. O texto insta o tribunal da ONU com sede em Haia, na Holanda, a determinar “as consequências legais da violação contínua de Israel do direito do povo palestino à autodeterminação”, bem como suas medidas “para mudar a composição demográfica, o caráter e o status da a Cidade Santa de Jerusalém”.
Os estados ocidentais ficaram divididos sobre o assunto, enquanto os países árabes votaram a favor por unanimidade, incluindo aqueles que normalizaram as relações com Israel. China e Rússia também votaram a favor do texto.
O representante palestino na ONU, Riyad Mansour, disse que a votação envia um sinal ao novo governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu sobre sua disposição de reforçar políticas “coloniais e racistas” e saudou os Estados que não se deixaram “persuadir por ameaças e pressões”.
Uma votação também saudada no sábado pela Autoridade Palestina: “chegou a hora de Israel se submeter à lei e ser responsabilizado pelos crimes que comete contra nosso povo”, declarou Nabil Abou Roudeïneh, porta-voz do presidente palestino, Mahmoud Abbas.
Sem interesse em diálogo
Antes da votação, o embaixador israelense Gilad Erdan chamou a resolução de uma “mancha moral na ONU”.
“Nenhuma organização internacional pode decidir se o povo judeu é ocupante em sua própria terra natal”, acrescentou.
“Qualquer decisão de uma organização judicial que recebe seu mandato de uma ONU politizada e moralmente falida é completamente ilegítima”, acrescentou ele.
A resolução também pede a Israel que ponha fim aos assentamentos, mas a Assembleia Geral não tem poderes vinculativos, ao contrário do Conselho de Segurança, onde os Estados Unidos, aliados de Israel, têm direito de veto.
Os EUA, o Reino Unido e a Alemanha se opuseram à resolução e a França se absteve.
“Não achamos que um encaminhamento à Corte Internacional de Justiça ajudará a trazer as partes interessadas de volta ao diálogo”, declarou o diplomata britânico Thomas Phipps.
*Com informações da RFI.
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