ONU pede que Corte Internacional de Justiça analise ocupação israelense na Palestina

Vista do muro de separação entre a aldeia de Abu Dis, na Cisjordânia, e Jabel Mukaber, nos arredores de Jerusalém, em 16 de maio de 2006.
Vista do muro de separação entre a aldeia de Abu Dis, na Cisjordânia, e Jabel Mukaber, nos arredores de Jerusalém, em 16 de maio de 2006.

A Assembleia Geral das Nações Unidas adotou na última sexta-feira (30/12/2022) uma resolução pedindo à Corte Internacional de Justiça que determine “as consequências legais” da ocupação israelense dos territórios palestinos, um dia após a posse do governo mais à direita da história de Israel. Uma votação saudada pela Autoridade Palestina, enquanto o embaixador israelense denuncia uma “mancha moral na ONU”.

A resolução foi aprovada com 87 votos a favor, 26 contra e 53 abstenções. O texto insta o tribunal da ONU com sede em Haia, na Holanda, a determinar “as consequências legais da violação contínua de Israel do direito do povo palestino à autodeterminação”, bem como suas medidas “para mudar a composição demográfica, o caráter e o status da a Cidade Santa de Jerusalém”.

Os estados ocidentais ficaram divididos sobre o assunto, enquanto os países árabes votaram a favor por unanimidade, incluindo aqueles que normalizaram as relações com Israel. China e Rússia também votaram a favor do texto.

O representante palestino na ONU, Riyad Mansour, disse que a votação envia um sinal ao novo governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu sobre sua disposição de reforçar políticas “coloniais e racistas” e saudou os Estados que não se deixaram “persuadir por ameaças e pressões”.

Uma votação também saudada no sábado pela Autoridade Palestina: “chegou a hora de Israel se submeter à lei e ser responsabilizado pelos crimes que comete contra nosso povo”, declarou Nabil Abou Roudeïneh, porta-voz do presidente palestino, Mahmoud Abbas.

Sem interesse em diálogo

Antes da votação, o embaixador israelense Gilad Erdan chamou a resolução de uma “mancha moral na ONU”.

“Nenhuma organização internacional pode decidir se o povo judeu é ocupante em sua própria terra natal”, acrescentou.

“Qualquer decisão de uma organização judicial que recebe seu mandato de uma ONU politizada e moralmente falida é completamente ilegítima”, acrescentou ele.

A resolução também pede a Israel que ponha fim aos assentamentos, mas a Assembleia Geral não tem poderes vinculativos, ao contrário do Conselho de Segurança, onde os Estados Unidos, aliados de Israel, têm direito de veto.

Os EUA, o Reino Unido e a Alemanha se opuseram à resolução e a França se absteve.

“Não achamos que um encaminhamento à Corte Internacional de Justiça ajudará a trazer as partes interessadas de volta ao diálogo”, declarou o diplomata britânico Thomas Phipps.

*Com informações da RFI.


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.