Premiê da França garante que, apesar das críticas, a reforma da Previdência vai ser feita

Primeira-ministra Elisabeth Borne durante entrevista ao canal de TV público France 2.
Primeira-ministra Elisabeth Borne durante entrevista ao canal de TV público France 2.

A reforma da Previdência francesa é assunto onipresente na França e na imprensa nacional. Nesta sexta-feira (03/02/2023), dia seguinte a uma entrevista concedida pela primeira-ministra Elisabeth Borne ao canal de TV público France 2, os jornais destacam que, apesar das críticas, a premiê garante a reforma “vai ser feita”.

Elisabeth Borne explicou nesta quinta-feira (2) à noite sobre o significado da reforma da Previdência, enquanto cresce a oposição contra o projeto do governo. Questionada durante quase uma hora pela jornalista Caroline Roux no programa “O Evento”, a primeira-ministra quis “continuar a explicar esta reforma nada simples, mas essencial”, segundo ela, “para salvar o sistema previdenciário”, que tem como principal medida o aumento da idade mínima legal de aposentadoria de 62 para 64 anos, explica Le Parisien.

“Ela disse estar pronta para ‘ir mais longe’ para impor o emprego de idosos nas empresas”, escreve Le Monde.

O diário econômico Les Echos sublinha que a primeira-ministra fez uma pequena concessão, especialmente para os idosos. Considerando “muito chocante não conseguir emprego por ser sênior”, ela insistiu na necessidade de ver “as imagens, as representações e as práticas mudarem para os sêniores nas empresas”.

Borne diz apostar no debate parlamentar na próxima semana para propor o “índice sênior” às empresas, com a ideia de metas de progresso em diferentes critérios.

Da mesma forma, a chefe do governo indica que é “favorável” à redução do limiar para 50 trabalhadores (contra 300, segundo o projeto inicial) a partir do qual as empresas seriam afetadas pelo futuro “índice sénior” que o governo quer estabelecer para combater o desemprego entre os idosos, destaca Le Figaro.

Mulheres penalizadas

Sobre as mulheres, apresentadas pelo ministro responsável pelas relações com o Parlamento, Franck Riester, como “um pouco penalizadas” pelo sistema proposto, Borne afirmou que “esta reforma protege as mulheres”. E acrescentou: “Ao optar por não deslocar a idade de 67 anos e ao aumentar a pensão mínima, protegemos as mulheres mais modestas que têm os trabalhos mais difíceis”, resume Le Figaro.

A ministra ainda garantiu que vai discutir com todos aqueles que querem apoiar a reforma da Previdência e citou especialmente os deputados do partido Republicanos, de direita. Ela terá que esclarecer em breve sua posição sobre a emenda dos deputados que querem que as pessoas que começaram a trabalhar entre 16 e 20 anos possam se aposentar após 43 anos de contribuições, contra 44 do texto do governo.

Isso representaria uma alteração de € 1,2 bilhão. “Procuro o sistema mais protetor, mas sem perder de vista o objetivo que é garantir o equilíbrio do sistema”, esclareceu Élisabeth Borne.

De acordo com uma pesquisa do instituto Ipsos Sopra Steria para franceinfo e France Television, 64% dos franceses se dizem contrários à reforma e cerca de sete em cada dez entrevistados “apoiam” as mobilizações (72%) e as greves (69%). Esse apoio aumenta em sete pontos e dez pontos, respectivamente, em relação ao último levantamento realizado em janeiro.

*Com informações da RFI.


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