O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou nesta terça-feira (21/02/2023) que a Rússia irá suspender sua participação no tratado Novo START, acordo de redução de armas nucleares entre os Estados Unidos e a Rússia.
“Hoje, sou forçado a anunciar que a Rússia está suspendendo sua participação no Tratado de Redução de Armas Estratégicas. Repito: não estamos nos retirando do tratado, mas sim suspendendo a participação […] Devemos entender o que pretendem países como a França e Reino Unido e como levaremos em conta seus arsenais estratégicos, ou seja, o potencial de ataque combinado da aliança [OTAN]”, afirmou Putin.
Em pronunciamento, Putin afirmou que a decisão foi tomada em resposta à decisão dos Estados Unidos de não renovar o tratado e de não negociar um novo acordo. O Novo START, que foi assinado em 2010, expirou em fevereiro deste ano.
Putin também afirmou que a Rússia está aberta a negociações com os Estados Unidos e que espera que o país tome medidas para reduzir as tensões e estabelecer um diálogo construtivo.
De acordo com Putin, é um teatro do absurdo a declaração da OTAN exigindo que a Rússia retornasse ao acordo, incluindo a realização de inspeções às infraestruturas nucleares russas.
“No início de fevereiro deste ano, houve uma declaração da OTAN com uma exigência de que a Rússia voltasse a cumprir o acordo sobre armas estratégicas […] Incluindo a permissão de inspeções em nossas infraestruturas de defesa e nucleares. Não sei como definir isso: é um teatro do absurdo. Nós sabemos que o Ocidente está diretamente relacionado com as tentativas do regime de Kiev de realizar ataques contra nossas bases aéreas estratégicas”, declarou.
O presidente russo ainda destacou que a Rússia continua comprometida com a redução de armas nucleares e com a manutenção da paz e da segurança internacional.
A suspensão da participação no tratado Novo START é mais um capítulo na tensa relação entre Estados Unidos e Rússia, que têm se confrontado em diversas questões geopolíticas nos últimos anos.
O tratado Start
Em janeiro de 2021, Rússia e EUA chegaram a um acordo para prorrogar o acordo Novo Start. No mês seguinte, o documento, que prevê a redução de armas nucleares, foi assinado e entrou em vigor. Esse foi o primeiro grande acordo entre a Rússia e o presidente norte-americano, Joe Biden.
O Novo Start é o único mecanismo de controle de armas nucleares firmado entre os EUA e a Rússia. O documento foi prorrogado por cinco anos, até 2026, no início da administração de Joe Biden.
A Rússia e os EUA começaram negociações sobre as condições de um futuro tratado de limitação de armas nucleares, mas o diálogo foi interrompido após o início da operação militar especial russa na Ucrânia.
O acordo atual prevê que cada lado vai reduzir seus arsenais nucleares de tal maneira que em sete anos, e no futuro, o número total de armamento não ultrapasse 700 mísseis balísticos intercontinentais (ICBM, na sigla em inglês), 1.550 ogivas e 800 sistemas de propulsão implantados e não implantados.
Heróis russos estão combatendo pela reunificação dos povos, declara Putin
“Agora estamos juntos de novo, o que significa que nos tornamos ainda mais fortes. E faremos tudo para que a tão esperada paz volte às nossas terras”, enfatizou o líder da Rússia.
“Nossos heróis estão lutando por isso, por nossos ancestrais, pelo futuro dos filhos e netos e pela reunificação de nosso povo”, destacou Putin, anunciando um minuto de silêncio.
Putin: é impossível vencer a Rússia no campo da batalha
De acordo com ele, as elites do Ocidente não escondem seu objetivo, infligir derrota estratégica da Rússia.
“O que isso significa para nós? Significa acabar conosco de uma vez por todas. Ou seja, eles pretendem transformar o conflito local em um confronto global. É assim que entendemos tudo isso, e vamos responder em conformidade, porque neste caso já se trata da existência do nosso país. Mas eles também não podem deixar de entender que é impossível derrotar a Rússia no campo de batalha”, disse o presidente.
EUA travam “guerra secreta” contra Rússia sem qualquer motivo, diz mídia americana
De acordo com a mídia americana, os Estados Unidos estão conduzindo uma “guerra secreta” contra a Rússia, sem qualquer motivo aparente.
Segundo o site Político, o governo dos EUA estaria usando uma variedade de táticas para minar a Rússia, incluindo ciberataques, operações de inteligência e ações militares secretas.
A publicação aponta que essa “guerra secreta” vem ocorrendo desde a posse do presidente Joe Biden, em janeiro deste ano, e estaria sendo realizada por agências governamentais e militares, com a participação de empresas privadas contratadas pelo governo.
O objetivo dessa suposta campanha seria diminuir a influência da Rússia em diversas áreas, como a energia, a política externa e a tecnologia.
Até o momento, o governo americano não se pronunciou sobre o assunto. Porém, a Rússia já acusou os EUA de “atividades hostis” e afirmou que se reserva o direito de retaliar.
Presidente Joe Biden garante que OTAN não será dividida e que EUA não vão desistir de apoiar a Ucrânia durante visita à Polônia
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reafirmou o compromisso dos EUA em apoiar a Ucrânia e manter a unidade da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) durante sua visita à Polônia neste domingo (19).
Durante um encontro com o presidente polonês, Andrzej Duda, Biden afirmou que os EUA não vão se cansar de apoiar a Ucrânia, que tem enfrentado conflitos armados no leste do país desde 2014. Ele também destacou a importância da unidade da OTAN, garantindo que a aliança não será dividida.
Além disso, Biden também ressaltou a necessidade de cooperação entre os países do bloco para enfrentar ameaças comuns, como o terrorismo e as atividades agressivas da Rússia.
Durante a visita, Biden participou ainda de um encontro com representantes da União Europeia e se reuniu com líderes de outros países da região, incluindo Hungria e Romênia.
A visita do presidente dos EUA à Polônia faz parte de uma série de encontros que ele tem realizado com líderes europeus desde que assumiu o cargo, em janeiro deste ano. A visita tem como objetivo reforçar as relações entre os EUA e a Europa e fortalecer a cooperação em temas como defesa, segurança e economia.
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