Reino Unido anuncia entrada em acordo de livre-comércio transpacífico

Os outros 11 países integrantes do CPTPP são Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Singapura e Vietnã.
Os outros 11 países integrantes do CPTPP são Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Singapura e Vietnã.

Após 21 meses de negociações, Londres anunciou nesta sexta-feira (31/03/2023) seu maior acordo comercial desde o Brexit. Com isso, o Reino Unido se torna o primeiro país da Europa a aderir ao Comprehensive and Progressive Agreement for Trans-Pacific Partnership (CPTPP), ou Parceria de Livre Comércio Transpacífico, que passará a somar então 12 países. O bloco reúne agora 500 milhões de habitantes e 15% do PIB mundial.

Se ainda fosse membro da União Europeia (UE), o Reino Unido não poderia ter aderido a esta parceria, e Londres elogia a forma como o país “aproveita as oportunidades” das suas “novas liberdades comerciais pós-Brexit”, de acordo com um comunicado de imprensa, enquanto muitos britânicos ainda aguardam na prática os benefícios da saída da UE.

Mais de 99% das exportações de mercadorias britânicas para os países do CPTPP estarão isentas de taxas alfandegárias, observa Downing Street, citando produtos emblemáticos como queijos, carros, chocolate, maquinário, gim e uísque. O setor de serviços também se beneficiará com a redução da burocracia.

“Liberdades pós-Brexit”

A contribuição para a economia britânica com o acordo poderá chegar a £ 1,8 bilhão (cerca de € 2,45 bilhões), de acordo com as estimativas citadas por Londres. “Este acordo demonstra os reais benefícios econômicos de nossas liberdades pós-Brexit”, declarou o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak.

Ao aderir ao CPTPP, o Reino Unido se coloca “no centro de um grupo de economias dinâmicas e em crescimento do Pacífico”, congratulou o chefe de Governo, citado na nota de imprensa. “As empresas do Reino Unido agora terão acesso incomparável aos mercados que se estendem da Europa ao Pacífico Sul”, acrescentou.

O ministro do Comércio britânico, Kemi Badenoch, destacou os benefícios em termos de empregos para as empresas britânicas e o acesso a uma porta de entrada mais ampla para a região do Indo-Pacífico, de onde se espera “a maior parte do crescimento global”.

O Japão, que também é membro da parceria, saudou a entrada dos britânicos. O porta-voz do governo japonês, Hirokazu Matsuno, classificou o Reino Unido de “parceiro estratégico global” e um “importante parceiro comercial e de investimento”. Sua adesão “terá grande significado para a formação de uma ordem econômica livre e justa”, acrescentou.

O Reino Unido e os países membros do CPTPP devem agora finalizar as últimas etapas legais e administrativas, antes que o acordo seja formalmente assinado, ainda este ano.

Impulsionar o comércio internacional

Desde sua saída da UE e do mercado único europeu, em 1º de janeiro de 2021, o Reino Unido tem buscado firmar acordos comerciais para impulsionar seu comércio internacional.

Londres concluiu tratados comerciais com a UE e outros estados europeus, e com países mais distantes, como Austrália, Nova Zelândia e Cingapura. Discussões também estão em andamento com Índia e Canadá.

Por outro lado, o acordo tão esperado pelos britânicos com os Estados Unidos está atrasado e as negociações com Washington estagnaram.

Assinado por Nova Zelândia, Austrália, Canadá e Japão, o CPTPP é o pacto de livre comércio mais importante da região.

Em 23 de janeiro de 2017, o ex-presidente americano Donald Trump anunciou a saída de seu país desse acordo, de que era inicialmente parte, antes mesmo de sua entrada em vigor, o que vem ocorrendo em etapas, desde dezembro de 2018.

O Reino Unido havia solicitado a adesão ao CPTPP em fevereiro de 2021. As negociações começaram em junho do mesmo ano.

*Com informações da RFI.


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