Total de crianças necessitadas no Sahel dobrou para 10 milhões em dois anos, diz UNICEF

Um quinto das escolas burquinenses fecharam por causa do conflito.
Um quinto das escolas burquinenses fecharam por causa do conflito.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, estima que 10 milhões de crianças precisem urgentemente de assistência humanitária em Burquina Fasso, Mali e Níger. O total representa o dobro do que em 2020.

A alta deve-se ao agravamento da violência na região africana que apresenta um quadro de crianças  “cada vez mais envolvidas no conflito armado, como vítimas de confrontos militares intensificados ou alvos de grupos armados não estatais.”

Escolas

Em comunicado, a diretora regional do Unicef para a África Ocidental e Central, Marie-Pierre Poirier, descreve “o ano de 2022 como particularmente violento para as crianças no Sahel Central.”

A representante faz um apelo a todas as partes em conflito para que parem urgentemente os ataques “tanto contra as crianças, como contra as suas escolas, unidades de saúde, e casas”.

Estima-se que 4 milhões de menores estejam em risco de sofrer com a violência  nos países vizinhos, devido aos confrontos entre grupos armados e às movimentações das forças de segurança nacional entre fronteiras.

O Unicef chama a atenção para projeções recentes indicando que as populações na área fronteiriça entre Burquina Fasso, Mali e Níger estarão em situação de “insegurança alimentar catastrófica” até junho de 2023.

Grupos armados

Na atuação de grupos armados, estes se opõem à educação administrada pelo Estado e “queimam e pilham escolas sistematicamente, e ameaçam, raptam ou matam professores”.

Mais de 8,3 mil centros de ensino foram encerrados nos três países por terem sido  diretamente visados, “porque os professores fugiram, ou porque os pais foram deslocados ou temiam enviar os seus filhos à escola”.

Em Burquina Fasso, uma em cada cinco escolas fecharam. Pelo menos 30% das centros de ensino na região de Tillaberi, no Níger, já não funcionam devido ao conflito.

Os confrontos se alastram ao Sahel Central, para as regiões fronteiriças do norte do Benin, Costa do Marfim, Gana e Togo chegando a comunidades de áreas isoladas onde faltam infraestruturas e recursos. As crianças têm um acesso extremamente limitado aos serviços e a meios de proteção essenciais, alerta o Unicef.

Pelo menos 172 incidentes violentos

Em 2022, aconteceram pelo menos 172 incidentes violentos, incluindo ações de grupos armados nas zonas fronteiriças a norte dos quatro países.

O Unicef faz um apelo aos governos para que aumentem de forma significativa o investimento na expansão do acesso aos serviços sociais essenciais e à proteção, como elementos vitais para a paz e para a segurança.

A agência pede ainda aos envolvidos no conflito que cumpram as suas obrigações morais e legais fundamentais para com as crianças sob o direito internacional humanitário e dos direitos humanos.

As medidas recomendadas para conter a situação incluem o fim dos ataques a crianças e aos serviços de que elas precisam, o respeito ao espaço e ao acesso do auxílio e a implementação das regras sobre o tratamento de crianças afetadas.

*Com informações da ONU News.


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