As Nações Unidas condenaram dezenas de mortes no Sudão causadas pelos combates, que eclodiram no sábado (15/04/2023), entre tropas do Exército do país e as Forças de Apoio Rápido, um grupo paramilitar com cerca de 100 mil integrantes.
Na segunda nota, emitida em menos de 24 horas, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que “permanece profundamente preocupado” com a continuação dos choques entre ambos os lados que causaram ferimentos e mortes incluindo a morte de três funcionários do Programa Mundial de Alimentos, PMA.
Urgência para encontrar fim da crise
Outros dois trabalhadores da agência da ONU estão gravemente feridos.
Eles foram atacados quando trabalhavam na distribuição de alimentos em Darfur do Norte.
Guterres disse que os autores dos assassinatos devem ser levados à justiça, sem demora.
Ele informou que instalações das Nações Unidas e de entidades humanitárias também foram alvejadas por projéteis e saqueadas em vários pontos de Darfur.
O líder da ONU lembrou a todos os lados envolvidos na crise que é preciso respeitar o direito internacional incluindo as obrigações de dar segurança a todos os trabalhadores da ONU, instalações e ativos da organização.
António Guterres encerrou a nota pedindo o fim imediato dos combates e o retorno ao diálogo. Ele disse que permanece em contato com líderes regionais e com partes interessadas no Sudão para encontrar um fim para a crise.
PMA exige garantia e paralisa operações
Segundo agências de notícias, pelo menos 57 pessoas já morreram desde o início da violência no sábado.
Ainda na manhã deste domingo, a diretora-executiva do Programa Mundial de Alimentos, Cindy McCain afirmou estar “horrorizada com a perda de três funcionários do PMA”. Ela disse que atacar trabalhadores humanitários é inaceitável e exigiu providências imediatas para garantir a segurança do pessoal da ONU no país.
Ela informou que a agência iria paralisar as operações por causa da violência
O representante especial do secretário-geral ao Sudão, Volker Perthes, alertou o Conselho de Segurança em 20 de março de que a tensão no país africano estava se intensificando.
No sábado, horas após ambos os lados entrarem em choque, o secretário-geral conversou com o comandante do Exército sudanês, general Abdel Fattah Al-Burhan, e com o líder da RSF, general Mohamed Hamdan Dagalo, e pediu calma e a retomada do diálogo.
Acordo político
No domingo, o representante especial de Guterres em Cartum apresentou uma proposta de pausa para dois generais.
Segundo agências de notícias, ambos os lados teriam concordado em suspender os combates por algumas horas para que os feridos pudessem ser socorridos.
Desde a saída do presidente Omar al-Bashir do poder em 2019, o Sudão vem atravessando uma onda de instabilidade política.
Um governo conjunto entre civis e militares foi anunciado, em 2019, mas o arranjo foi desfeito com um golpe militar em 2021.
A integração dos paramilitares das RSF nas Forças Armadas tem sido um dos pontos de discussões como parte de um acordo político, apoiado pela ONU, alcançado em fevereiro, após meses de negociação.
As RSF nasceram das milícias Janjaweed, que permanecem na ativa na região de Darfur.
Três funcionários da ONU estão entre dezenas de mortos pela violência no Sudão
O Programa Mundial de Alimentos informou que três funcionários da agência morreram na violência que eclodiu neste sábado no Sudão.
Em Kabkabiya, em Darfur do Norte, três trabalhadores humanitários perderam a vida enquanto atuavam na linha de frente da luta contra a fome.
Operações suspensas temporariamente
Dois outros empregados do PMA ficaram feridos no mesmo incidente.
As famílias foram informadas e estão sendo apoiadas pela equipe da agência.
Em comunicado, a diretora-executiva do PMA, Cindy McCain, disse que estava horrorizada e de coração partido com as mortes trágicas dos três funcionários.
Ela afirma que a perda de vida de pessoas que atuam no serviço humanitário é inaceitável.
McCain exigiu segurança para os trabalhadores que estão no país.
A chefe do PMA lembrou que eles são neutros e jamais deveriam ser atacados. Ela frisou que as ameaças à equipe da agência tornam impossível que o PMA opere em segurança para fazer o trabalho no país.
Num incidente separado uma aeronave gerida pelo PMA também foi danificada no aeroporto internacional de Cartum, capital do Sudão, durante a troca de tiros entre as tropas do Exército do Sudão e as Forças de Apoio Rápido, um grupo paramilitar.
O PMA informou que foi obrigado a paralisar suas operações no país até que a situação se acalme.
A agência disse que todas as partes devem chegar a um acordo para garantir a segurança dos trabalhadores humanitários.
No sábado, o secretário-geral da ONU falou com ambos os generais à frente dos dois lados em confronto e pediu o fim da violência e o retorno ao diálogo.
Segundo agências de notícias, a violência de sábado matou mais de 50 pessoas.
*Com informações da ONU News.
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