Exportações da Bahia recuam 5,2% no primeiro trimestre de 2023, informa SEI

No acumulado dos três primeiros meses do ano, as importações também perderam força e registraram queda de 10,8%, atingindo US$ 2,53 bilhões.
No acumulado dos três primeiros meses do ano, as importações também perderam força e registraram queda de 10,8%, atingindo US$ 2,53 bilhões.

Em cenário de queda de preços no mercado internacional, as exportações baianas tiveram recuo de 5,2% no primeiro trimestre de 2023, na comparação interanual, alcançando US$ 2,47 bilhões. O volume embarcado, por sua vez, teve crescimento de 8,8% no mesmo período (3,57 milhões de toneladas), mas foi superado pela redução nos preços, que chegou a 13%, determinando o resultado negativo no período.

No acumulado dos três primeiros meses do ano, as importações também perderam força e registraram queda de 10,8%, atingindo US$ 2,53 bilhões. As informações foram analisadas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria de Planejamento (Seplan), a partir da base de dados da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

A desaceleração da economia mundial e a mudança em direção ao protecionismo econômico estão resultando em uma tendência de preços menos aquecidos principalmente para commodities energéticas, como petróleo e minerais. Esse quadro, porém, pode ser superado pela retomada da economia chinesa e pelos cortes de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que reúne países exportadores da commoditie, elevando as cotações do produto a médio prazo. Também com o escoamento da boa safra de grãos, a partir de abril, há possibilidade de reversão já no próximo trimestre do atual cenário desfavorável.

Resultados mensais

Em março, as exportações baianas alcançaram US$ 944,6 milhões, com queda de 11,1%. As importações somaram US$ 823,5 milhões, com aumento de 3,4% na mesma base de comparação. No mês, o estado contribuiu com US$ 121 milhões para o superávit comercial do país, que alcançou US$ 10,9 bilhões.

As exportações caíram, em março, puxadas pela indústria de transformação, que respondeu pela maior retração no mês (-16%), pressionadas por uma redução expressiva nos embarques (-15,6%), nos preços (-25,7%) e, por conseguinte, nas receitas dos derivados de petróleo (-37,3%), setor que, ainda assim, permanece liderando a pauta no trimestre. Apesar de o registro das exportações de petróleo ser tradicionalmente volátil, a queda nos preços vem ocorrendo nos últimos três meses do ano, resultado de bases mais altas de comparação e tendência, até então, de queda nas cotações do petróleo em razão da esperada desaceleração da economia global.

As exportações da agropecuária vêm a seguir com uma redução de 14,4% em março. As vendas de soja e derivados, carro chefe do setor, lideraram a pauta no mês, mesmo com uma queda de 5% nas receitas e de 6% no volume embarcado.

O único setor a ter incremento no mês foi a indústria extrativa com aumento de 41,8%, graças ao crescimento nas vendas de ouro em 145%.

Em março, as importações cresceram 3,4%, na comparação interanual, puxadas pelo aumento nas compras de bens de capital (máquinas e equipamentos), o que demonstra vigor na ampliação ou geração de novos empreendimentos industriais. Os bens intermediários (insumos e matéria prima), que representaram 71% das compras externas no mês, também acusaram incremento de 3,5%. Esses produtos devem permanecer menos pressionados, com acomodação das pressões inflacionárias globais sobre estes itens, propiciada pela redução dos custos com frete marítimo e pela queda na demanda global por bens, em favor de serviços. Os volumes, entretanto, importados pela Bahia, devem arrefecer, em consonância com o cenário de desaceleração para a economia doméstica.


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