Crise na RD Congo gera mais de 7 milhões de deslocados, diz ACNUR

População congolesa foge de conflitos e sofre com “condições de vida terríveis” em abrigos rudimentares.
População congolesa foge de conflitos e sofre com “condições de vida terríveis” em abrigos rudimentares.

A crise na República Democrática do Congo é marcada por 6,2 milhões de deslocados internos e 1,3 milhão de refugiados. A Agência da ONU para os Refugiados, Acnur, alertou sobre as “consequências arrasadoras” de ataques recorrentes de grupos armados sobre as pessoas em deslocamento.

Neste sábado (06/05/2023), o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, participa no Burundi de uma reunião de alto-nível do Mecanismo Regional de Supervisão do Quadro de Paz, Segurança e Cooperação para a República Democrática do Congo e a região.

Cooperação em segurança

O encontro discutirá como revitalizar esforços militares e não militares para fortalecer a cooperação em segurança. A meta é a erradicação de grupos armados no leste da RD Congo.

A reunião deve focar também na implementação do Plano de Ação 2021 a 2023 da Estratégia das Nações Unidas para a Consolidação da Paz, Prevenção e Resolução de Conflitos na região dos Grandes Lagos, de 2020 a 2030.

A situação na RD Congo é uma das crises humanitárias mais complexas e longas do continente. A estratégia visa apoiar os países e povos da região nos seus esforços para alcançar paz, segurança e desenvolvimento duradouros.

Falta de abrigo adequado

Na província de Kivu do Norte, no leste da RD Congo, mais de 1,2 milhão de pessoas foram forçadas a fugir de suas casas desde março de 2022, quando os confrontos entre grupos armados e forças do governo recomeçaram.

O Acnur informa que milhares de pessoas agora enfrentam “condições de vida terríveis” em abrigos rudimentares ao redor da capital de Kivu do Norte, Goma, e nos arredores.

A falta de infraestrutura e saneamento aumenta o risco de ameaças à saúde, como cólera e sarampo. A temporada de monções nos últimos meses intensificou a necessidade urgente por abrigo adequado.

Na terceira semana de abril, altos funcionários do Acnur chegaram ao Kivu Norte e Sul para conversar com os deslocados. A agência relata que as famílias anseiam por paz em seus locais de origem para que possam voltar para suas casas e recuperar seus meios de subsistência.

Riscos para jovens e mulheres

Em Buchagara, nos arredores de Goma, mais de 15 mil deslocados estão ocupando 3 mil abrigos de emergência. Atualmente, o espaço emergencial fornecido cobre apenas 3% das necessidades estimadas.

As mulheres e os jovens estão particularmente expostos a riscos de proteção, incluindo a violência de gênero. As intervenções de proteção para apoiar essas populações são fundamentais para aliviar seu sofrimento e prevenir abusos e exploração.

O Acnur ampliou sua resposta no fornecimento de abrigo, gestão de locais de refúgio e proteção, com apoio da comunidade internacional. No entanto, a agência precisa de US$ 233 milhões para responder às necessidades das pessoas deslocadas no país este ano. Até agora, apenas 15% desse montante foi garantido.

O Programa Alimentar Mundial, PMA, recebeu uma contribuição de US$ 2,8 milhões do Governo da Suíça para apoiar a assistência alimentar e nutricional de emergência na República Democrática do Congo.

*Com informações da ONU News.


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Deixe um comentário

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.