Os EUA poderão pagar suas contas no máximo até o início de junho de 2023, se as autoridades estadunidenses não resolverem a questão do aumento do limite da dívida pública, declarou Janet Yellen, secretária do Tesouro dos EUA ao canal de TV NBC.
“Minha avaliação é que as chances de chegar a 15 de junho sendo capaz de pagar todas as nossas contas são bem baixas”, observou a secretária.
Desta forma, o governo estadunidense deve obrigatoriamente encontrar uma saída para a crise da dívida até 1º de junho.
Depois de 15 de junho, são esperados importantes receitas de impostos, mas é improvável que os EUA consigam chegar a essa data, resumiu a secretária do Tesouro.
A dívida pública dos EUA é o montante da dívida do governo federal aos credores. Durante 20 anos, Washington vem tomando empréstimos para cobrir déficits orçamentários.
Em janeiro de 2023 o montante da dívida pública atingiu o teto de US$ 31.381 trilhões (cerca de R$ 156,8 trilhões). Agora a Casa Branca exige que o Congresso eleve o teto sem quaisquer condições.
Anteriormente, Janet Yellen disse que, se a questão do teto da dívida não for resolvida até 1º de junho, o país entrará em default, ou seja, em inadimplência, ficando incapaz de honrar seus compromissos financeiros.
Ante declínio global da moeda, investidores de mercados emergentes descartam dívidas em dólar
Os EUA têm enfrentado uma crise econômica, com preços de energia mais altos do que o normal e inflação agravada por uma crise de endividamento com alto risco de inadimplência. Enquanto isso, os países do BRICS estão pensando em uma maneira de desdolarizar a ordem do comércio internacional.
Os investidores de mercados emergentes estão se afastando lenta, mas constantemente de dívidas e ativos nominais em dólares, preferindo colocar seu dinheiro suado em títulos em moeda local, revelou uma análise do provedor de dados de fluxo de fundos e alocação de ativos EPFR Global.
De acordo com os números da empresa, os investidores retiraram US$ 2,65 bilhões (cerca de R$ 13,2 bilhões) líquidos de ativos nominais principalmente em dólares entre janeiro e abril de 2023, mas adicionaram US$ 5,23 bilhões (aproximadamente R$ 26,1 bilhões) líquidos em fundos de títulos em moeda local.
Analistas de mercado atribuem a mudança aos rendimentos atraentes e à queda da inflação nos mercados locais de títulos, e a um dólar cada vez menos atraente em meio à incerteza em torno da volatilidade relacionada à taxa de juros, que tem prejudicado bastante a atratividade dos títulos do Tesouro dos EUA para os investidores e culminou no colapso do Silicon Valley Bank (SVB) em março e no pânico no mercado financeiro.
O gerente de portfólio de dívidas de mercados emergentes da Fidelity International, Paul Greer, espera que a tendência de enfraquecimento da demanda por dívidas e ativos nominais em dólares continue pelo resto do ano. O diretor de investimentos da ABP Invest, Thanos Papasavvas, diz que houve uma “clara divergência entre títulos de mercados emergentes locais e em moeda forte [normalmente dólares e outras principais moedas ocidentais, ed.] nos últimos trimestres, com a dívida em moeda local em um cenário mais atraente em uma base fundamental e de avaliação”.
A tendência de um afastamento cauteloso do dólar, que continua a manter o cobiçado status de moeda de reserva de fato do mundo no comércio, ocorre em meio ao crescente risco de os EUA não pagarem sua enorme dívida de US$ 31,8 trilhões (cerca de R$ 159 trilhões) em meio a disputas entre a Casa Branca e os Republicanos no Congresso sobre os gastos federais e o limite da dívida.
Ao mesmo tempo, o afastamento ocorre quando o grupo de nações do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) pensa na criação de uma moeda comum para servir como alternativa ao dólar no comércio global, em meio aos crescentes esforços de Washington para usar sua moeda de forma punitiva contra países que não conseguem se alinhar à ordem econômica e geopolítica ocidental.
No início desta semana, o veterano investidor norte-americano, Jim Rogers, disse à Sputnik que o tempo do dólar como a principal moeda do mundo está chegando ao fim em meio à falta de neutralidade dos EUA e às preocupações com a credibilidade do país.
“Muitas pessoas estão começando a falar: espera aí, não sei se a gente quer usar esse dinheiro, porque um dia vai dar problema. Mas também, a moeda internacional do mundo deve ser completamente neutra. Qualquer pessoa pode usá-la para o que quiser. Entretanto Washington agora está mudando as regras. E se eles ficarem com raiva de você, eles o cortarão”, explicou Rogers. “Até os amigos da América estão preocupados que algo possa acontecer com eles”, pontuou.
*Com informações da Sputnik Brasil.
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