Coordenador da ONU pede fim da violência entre israelenses e palestinos

Na Cisjordânia, as pessoas foram forçadas a fugir de suas casas.
Na Cisjordânia, as pessoas foram forçadas a fugir de suas casas.

Uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas foi realizada nesta terça-feira (27/06/2023) para discutir a situação nos Territórios Palestinos.

Tor Wennesland, coordenador especial da ONU para o Processo de Paz no Oriente Médio, informou que a violência tem aumentado de forma “alarmante” nas regiões central e norte da Cisjordânia, resultando em várias mortes tanto de israelenses quanto de palestinos.

Armas mais sofisticadas

Wennesland enfatizou que “a violência deve parar e todos os responsáveis devem ser responsabilizados” por suas ações. Ele destacou que Israel tem utilizado ataques aéreos em suas operações militares, enquanto os militantes palestinos têm empregado armas cada vez mais sofisticadas, incluindo explosivos improvisados e foguetes.

O coordenador também alertou para os “níveis extremamente altos de violência por parte dos colonos israelenses, que continuaram e se intensificaram”. Segundo ele, muitos colonos estão armados e têm atacado sistematicamente aldeias palestinas, aterrorizando as comunidades com o apoio das forças de segurança israelenses.

Agressão mútua

Wennesland mencionou episódios de agressão mútua, como a operação militar das forças israelenses no campo de refugiados de Jenin, em 19 de junho. Na ocasião, os soldados israelenses foram atacados com explosivos e retaliaram com uma ofensiva de helicóptero, a primeira em quase 20 anos. Oito militares israelenses ficaram feridos, enquanto sete palestinos morreram e 90 ficaram feridos.

No dia 20 de junho, dois palestinos mataram quatro civis israelenses e feriram outros quatro em um posto de gasolina próximo ao acampamento Eli, ao norte de Ramallah. Os agressores foram mortos logo em seguida. Durante os dias 20 a 25 de junho, colonos israelenses perpetraram 28 ataques violentos contra aldeias palestinas no Norte e no Centro da Cisjordânia ocupada, resultando na morte de um palestino e deixando outros 54 feridos.

Combate ao “terrorismo nacionalista”

Wennesland mencionou que em 24 de junho, o chefe do gabinete das Forças de Defesa de Israel, o chefe da Agência de Segurança de Israel e o comissário da polícia emitiram uma declaração conjunta condenando os ataques dos colonos. Eles classificaram esses episódios como “terrorismo nacionalista” e prometeram tomar medidas para combatê-los, incluindo o aumento da presença de forças de segurança, intensificação das prisões e ampliação do uso da detenção administrativa contra os responsáveis por esses ataques.

Impedindo uma trajetória desastrosa

Por outro lado, Wennesland expressou preocupação com os discursos “inflamados” de ambos os lados. Ele citou o caso de um ministro israelense que recentemente incitou à destruição de construções palestinas e ao estabelecimento de assentamentos ilegais. Além disso, facções palestinas comemoraram o ataque de 20 de junho contra civis israelenses como um “ato de heroísmo” e pediram por novas ofensivas.

O coordenador especial ressaltou que a ONU tem mantido contato próximo com todas as partes nos últimos dias e semanas, buscando ajudar a restaurar uma relativa calma e mudar a trajetória atual que se mostra desastrosa.

*Com informações da ONU News.


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