Os principais jornais franceses trazem em destaque, nesta segunda-feira (26/06/2023), a rebelião do Grupo Wagner contra o regime de Moscou. Para a imprensa, o ocorrido deixa muitas questões em aberto, sendo a única certeza o enfraquecimento do presidente russo, Vladimir Putin.
Em uma série de mensagens de áudio divulgadas na noite de sexta-feira (23), o líder do Grupo Wagner, Ievgueni Prigojin, convocou uma revolta contra a liderança russa, acusando o Kremlin de bombardear os acampamentos militares do grupo. No entanto, ainda no mesmo dia, Prigojin voltou atrás e ordenou que seus homens retornassem às suas bases.
Segundo o jornal Le Monde, o presidente russo conseguiu evitar “uma carnificina” às custas do enfraquecimento de sua autoridade. De acordo com a publicação, a rápida normalização da situação e o arquivamento da investigação contra o líder do Grupo Wagner revelam um país que está ansioso para esquecer um episódio breve, mas vertiginoso.
“Foi uma completa humilhação para o Exército russo”, destaca o jornal, que se mostrou incapaz de conter o grupo.
O Libération ressalta que, após 20 anos de amizade com Putin, Prigojin se tornou “o traidor do Kremlin”, desafiando seu aliado de maneira inédita, ameaçando Moscou antes de renunciar “misteriosamente”.
“Tudo isso não faz sentido algum”, afirma o jornal, que afirma que a rebelião deixou mais perguntas do que respostas, mas uma coisa é certa: pela primeira vez em sua longa história, o reinado de Putin vacilou.
Para a especialista Anna Colin Lebedev, professora da Universidade de Paris Nanterre, entrevistada pelo Libération, a rebelião do Grupo Wagner poderia levar a uma transformação do regime russo, mais do que ao seu colapso.
“O inesperado golpe de Prigojin que fez Putin tremer”, diz a manchete do Le Figaro. “Como um empresário que prosperou durante anos sob a proteção de Putin, ex-criminoso e chefe de uma milícia, pôde enviar homens para invadir a capital, levando o país à beira de uma guerra civil?”, questiona o jornal.
De acordo com um especialista russo entrevistado pelo jornal, a tentativa de invasão mostrou que o Grupo Wagner poderia fazer o que quisesse na Rússia.
*Com informações da RFI.
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