PIB da Bioeconomia no Brasil já soma R$ 2,5 trilhões, aponta FGV

Segundo o Observatório de Conhecimento e Inovação em Bioeconomia da FGV, o valor equivale a quase 26% do PIB brasileiro em 2022.
Segundo o Observatório de Conhecimento e Inovação em Bioeconomia da FGV, o valor equivale a quase 26% do PIB brasileiro em 2022.

A participação do PIB da Bioeconomia (PIB-Bio) no país foi de R$ 2,5 trilhões em 2022. O levantamento foi realizado pelo Observatório de Conhecimento e Inovação em Bioeconomia da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Segundo a FGV, o valor representa quase 26% do PIB brasileiro do ano passado. Esse resultado indica ainda uma queda de 0,73%, na comparação com o ano de 2021, o que interrompe uma série de crescimento desde 2017.

O PIB da Bioeconomia do Brasil é composto pelas atividades de origem vegetal e florestal, animal, bioindústria e indústria bio-based (com viés biológico). Segundo o estudo, a queda das atividades de origem vegetal e florestal e bioindustrial foi o motivo para o resultado negativo do PIB-Bio no ano passado.

As atividades de origem vegetal e florestal representam cerca de 30% do total e tiveram retração de 3,62%, quando comparado a 2021. Já a bioindústria representa 50% do total e caiu 0,74%. Na contramão, a bioeconomia de origem animal e a indústria bio-based cresceram 2,56% e 5,85%, respectivamente. Essas duas atividades representam 20% do PIB-Bio.

Em nota, o Observatório da Bioeconomia informou que o estudo tem foco na determinação da cadeia de valor da bioeconomia (PIB-Bio) e coloca luz na discussão da dimensão econômica desse setor no Brasil. Sobre a queda do indicador, a expectativa é de retomado do crescimento.

“Espera-se uma recuperação do PIB-Bio em 2023, puxada principalmente pelas atividades vegetal e animal, que já apresentaram forte crescimento no primeiro trimestre de 2023”, diz a nota.

Potencial da Bioeconomia no Brasil

Segundo estudo realizado pela Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), a implementação total da bioeconomia no Brasil pode gerar um faturamento industrial anual de US$ 284 bilhões até 2050.

Para o especialista em bioeconomia, o engenheiro químico Armando Caldeira, o Brasil tem avançado e mostrado potencial para a implementação total do setor no país.

“A bioeconomia é aquela economia ligada principalmente ao uso da terra no sentido de aproveitamento do CO² da terra para incorporar o CO² do ar no vegetal e depois no animal. Se pensarmos dessa forma, o potencial é enorme. Nós temos terra, sol, água, tudo o que é necessário. Já existe um sistema conceitual que está sendo aprimorado e que justamente visa otimizar os resultados dos processos econômicos, mas não só do ponto de vista econômico, mas como ter um sistema de ganhos em termos de economia, ambiente e social. Agora é uma questão de aprimorar”, explica.

Política Nacional de Bioeconomia

Visando criar uma política nacional para desenvolver a bioeconomia no Brasil, com princípios, diretrizes e instrumentos do setor, tramita na Câmara dos Deputados o projeto de lei complementar 150/22.

Entre os autores estão os deputados Da Vitória (PP-ES), Francisco Jr. (PSD-GO), Zé Vitor (PL-MG) e Dr. Luiz Ovando (PP-MS), que integram o Centro de Estudos e Debates Estratégicos. Da Vitória explica que o projeto apresenta frentes para que o Brasil consiga implementar e normatizar a bioeconomia no país.

“O país precisa estar organizado nessas políticas. O tempo nos requer estar cada vez mais atentos a esse desenvolvimento.  A proposta cria conselhos, vincula o poder executivo, vincula as três esferas, o setor produtivo e toda cadeia produtiva. Isso vai estimular para que cada uma das pessoas possam estar atentas às novas regras e ter uma normatização, uma conduta e ter incentivos para que possam estar produzindo cada vez mais de forma muito sustentável”, afirma.


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