São Paulo: Edusp lança no Brasil um dos principais tratados sobre a formação da sociedade argentina no século XIX

A Editora da Universidade de São Paulo (Edusp) lançou na quarta-feira (26/07/2023), a versão brasileira de “Uma Nação para o Deserto Argentino”, do historiador Tulio Halperín Donghi (1926-2014), durante mesa especial no 6º Congresso de História Intelectual da América Latina (6ºChial), na Sala Villa-Lobos da Biblioteca Guita e João Mindlin (Rua da Biblioteca, R. Cidade Universitária, 21, São Paulo – SP).

Publicado pela primeira vez na década de 1980, “Uma Nação para o Deserto Argentino” tornou-se um marco da historiografia latino-americana ao fornecer um retrato da história política argentina durante a reorganização nacional, até federalização de Buenos Aires, em 1880. O livro de Halperín Donghi faz o resgate dos intelectuais que viabilizaram o progresso que colocou a Argentina como uma das nações mais prodigiosas do início do século XX.

A obra reconstitui as idealizações de pensadores da época, como Domingo Faustino Sarmiento e Juan Bautista Alberdi, entre outros, em um esforço para construir um projeto de país que colocou a Argentina em uma posição de destaque nos anos 1900. O protagonismo destes intelectuais destaca-se tanto pelas ideias primorosas de como formar uma sociedade quanto pela determinação em colocá-las em prática.

A habilidade de escrita deste que é considerado um dos maiores historiadores latino-americanos coloca sua obra como referência em diversos campos da história, como a rural, intelectual, financeira e até da própria historiografia.

O 6ºChial será dos dias 25 a 28 de julho. “Uma Nação para o Deserto Argentino” será o tema da mesa especial do congresso na quarta-feira (26). Participam do debate Hilda Sábato (UBA/Conicet – Argentina), Jorge Myers (Universidad Nacional de Quilmes/Conicet – Argentina) e Fernando Devoto (Universidad Nacional de San Martín – Argentina), sob coordenação de Fernando Novais (USP).

O autor

Nascido em Buenos Aires em 1926, Tulio Halperín Donghi formou-se em direito e tornou-se doutor em história pela Universidade de Buenos Aires, em 1955. Exilado em 1966, passou a lecionar nas universidades de Harvard e de Oxford, antes de se dedicar à Universidade de Berkeley, a partir de 1971.