Governo da Bahia afirma seguir lei e decisão do STF nos pagamentos de precatórios do FUNDEF enquanto professores realizam paralisações das aulas

Governador Jerônimo Rodrigues afirmou que professores que faltarem às aulas sem justificativa terão corte na remuneração dos dias não trabalhados.
Governador Jerônimo Rodrigues afirmou que professores que faltarem às aulas sem justificativa terão corte na remuneração dos dias não trabalhados.

Em meio a um cenário de intensas discussões sobre o pagamento dos precatórios do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF), o governo do Estado da Bahia reitera seu compromisso com a lei e a interpretação do Supremo Tribunal Federal (STF). O não pagamento dos juros moratórios aos profissionais do magistério tem gerado debates e uma resposta por parte dos professores estaduais.

O governo estadual destaca que os juros moratórios não devem ser confundidos com as receitas federais que eram vinculadas e que hoje formam o precatório do FUNDEF. Em virtude do atraso no repasse das verbas pela União Federal, o Estado da Bahia utilizou recursos próprios, o que gerou uma penalidade. O STF, na análise da ADPF nº 528-DF, deliberou que os juros moratórios têm caráter indenizatório e destino autônomo, desvinculado da aplicação na Educação. Dessa forma, não devem ser incluídos na base de cálculo destinada aos profissionais do Magistério da Educação Básica referentes ao período de 1998 a dezembro de 2006.

Além disso, quanto às verbas decorrentes da complementação do FUNDEF, a lei estadual nº 14.485, de 21 de setembro de 2022, assegura que 80% dos recursos sejam direcionados aos profissionais do Magistério da Educação Básica, superando o mínimo legal estabelecido em 60%. O Projeto de Lei 25028/2023, encaminhado à Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), não apenas contempla abonos devidos aos professores que atuaram no período de janeiro de 1998 a dezembro de 2006, mas também prevê um abono extraordinário para profissionais ativos e inativos do quadro do Magistério da Educação Básica, evidenciando a valorização contínua do magistério no estado.

A reação dos professores da rede estadual de ensino não tardou. Em assembleia na ALBA, os educadores aprovaram unanimemente a paralisação de suas atividades até que haja uma definição sobre o Projeto de Lei dos Precatórios do FUNDEF. As assembleias regionais em cidades do interior também endossaram a decisão pela paralisação, e os profissionais da educação exigem a inclusão dos juros e correção monetária no projeto de lei.

A luta dos professores se intensifica com a sugestão de emenda ao projeto apresentada pelo sindicato dos professores, a APLB-Sindicato. Essa emenda busca regulamentar o repasse dos recursos aos professores baianos, incluindo o pagamento dos juros e mora dos precatórios. Rui Oliveira, coordenador-geral da APLB-Sindicato, afirma: “São mais de 10 anos de luta para receber os precatórios. Quando transferiu a primeira parcela, o governador deixou de pagar R$ 900 milhões de juros e agora quer cometer o mesmo erro. É inaceitável. Queremos nosso dinheiro com a devida correção.”

Diante das divergentes perspectivas, o governo do estado assegura que o pagamento de precatórios obedece aos critérios da legislação e conta com o respaldo da Procuradoria Geral do Estado. A votação do Projeto de Lei está programada para a próxima terça-feira (22/08/2023).

Enquanto as negociações e debates prosseguem, os professores organizam um calendário de mobilização que inclui blitz com os deputados, uma caminhada simbólica e uma passeata em diferentes datas e locais da capital, Salvador, demonstrando a força de sua demanda por justiça e reconhecimento.


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