Um grupo de militares no Gabão anunciou nesta quarta-feira (30/08/2023) a tomada do poder e a dissolução de todas as instituições democráticas do país, incluindo a anulação das eleições presidenciais que reelegeram Ali Bongo Ondimba para um terceiro mandato. Ali Bongo Ondimba, que estava no poder há 14 anos, foi detido em sua residência, enquanto os militares alegaram agir contra um governo “irresponsável e imprevisível” que levou à deterioração da coesão social do país.
O anúncio foi feito através do Gabon 24, canal de televisão da presidência do Gabão, por aproximadamente 12 militares da gendarmerie e outras forças. O grupo, alegando falar em nome de um “Comitê de Transição e Restauração Institucional”, fechou as fronteiras do país e decretou a prisão domiciliar do presidente deposto, Ali Bongo Ondimba, sob acusações de “alta traição” e “desvio massivo de fundos públicos”. Outras figuras próximas ao presidente também foram detidas.
O Golfo da Guiné enfrentou recentemente uma série de tentativas de golpes e instabilidades políticas em ex-colônias francesas. Este incidente no Gabão segue os movimentos semelhantes no Níger e em outros países da região.
O Gabão, com uma população de cerca de 2 milhões de habitantes, tem sido governado pela família Bongo há mais de cinco décadas. As eleições presidenciais foram alvo de controvérsias devido à ausência de observadores internacionais e à suspensão das transmissões estrangeiras. A nação tem uma história política marcada por uma longa presença no poder da mesma família.
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